“Um negócio da China”

por Izaías Almada

O amigo leitor, com certeza, já conhece o ditado acima que dá nome a essa pequena crônica. O professor Google diz o seguinte: “o provérbio “fazer um negócio da China” significa realizar um negócio extremamente vantajoso, lucrativo ou bem-sucedido. A expressão se refere à ideia de que os negócios com a China, em certos momentos históricos, eram particularmente favoráveis aos comerciantes europeus, devido aos produtos exóticos e de alta demanda que a China oferecia”

Mas nem sempre uma pessoa milionária, dona de imensa fortuna, entende de economia, seja porque seus negócios são administrados por um profissional ou mesmo pela família ou por quem quer que seja: isso não é o mais importante.

O fato é que no “maravilhoso capitalismo neoliberal” tudo é possível: ter sorte e ganhar na loteria, meter a mão em verbas públicas, traficar drogas, dar o golpe do baú e por aí afora.

O importante é ter dinheiro, muito dinheiro, pois de um jeito ou de outro ele, o dinheirão, compra poder. E tendo muito poder, mas não entendendo muito bem de economia, tudo é possível não é mesmo?

O grande perigo que a humanidade corre, mesmo não se dando conta disso, é quando um sociopata se torna trilionário e imagina que pode ser dono do mundo. Aí é que a porca torce o rabo…

Nos últimos anos um senhor de topete aloirado, que tem o mesmo nome de um famoso pato dos desenhos animados resolveu mostrar a todos nós que ele é duro na queda e, para mostrar que não está brincando, vestiu um terno azul, colocou uma gravata vermelha e um lenço da mesma cor no bolsinho do paletó e, mirando-se no espelho exclamou: “quem fizer pouco de mim e do meu país, esse país maravilhoso que recebeu gentilmente meus pais emigrantes, vai ver com quantos paus se faz uma canoa”,

Foi para o seu escritório, pegou uma caneta banhada a ouro, um bloquinho de notas e com um relatório de seu assessor econômico foi colocando o nome de vários países que poderiam atrapalhar seus planos e vaidades…

Três palavras (dois países e uma sigla que não entendeu muito bem) chamaram a sua atenção, pois foi avisado pelo assessor econômico que no relatório ele encontraria três palavras em negrito e sublinhadas: China, Brasil e Brics.

A sigla mostrava as letras iniciais de cinco países que poderiam atrapalhar os seus planos e sonhos, sendo que dois deles tinham grandes acordos comerciais e econômicos, o Brasil e a China.

Convocou uma reunião com mais dois assessores e no dia seguinte já sabia o que fazer: “duela a quien duela”, gritou emocionado, parafraseando um ex-presidente do Brasil… “E amanhã colocarei a casa em ordem”.

O mundo ficou espantado e engoliu em seco: mais de sessenta países foram intimados a pagar tarifas de exportações e importações dos seus produtos. E aí daqueles que não cumprissem as ordens. Receberiam sanções as mais variadas

Os dois presidentes dos países citados no relatório, homens calmos e ponderados naquilo que faziam, com nomes esquisitos, (Lula, o brasileiro e Xi Jinping, o chinês) resolveram aumentar o número de negócios entre seus dois países, cujas populações somadas andavam ao redor de um bilhão seiscentos e cinqüenta milhões de habitantes, além de possuírem imensos territórios ricos em matérias primas e raras. E, além disso, resolveram construir uma estrada na América do Sul que ligará e facilitará o transporte entre os dois países.

O presidente brasileiro convocou seu embaixador em Beijing e pediu que ele passasse a seguinte mensagem para o Sr.  Presidente Xi Jinping: “Caro Presidente e companheiro, fizemos do Trump um negócio da China, há,há,há!”

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

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Last Update: 03/08/2025