
O governo argentino de Javier Milei deu o primeiro passo formal para reintegrar o país ao Visa Waiver Program, programa que isenta cidadãos de visto para viagens turísticas ou de negócios aos Estados Unidos por até 90 dias. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28) após reunião na Casa Rosada entre Milei e a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kristi Noem, conhecida como a “caçadora de imigrantes” do governo de Donald Trump.
A medida representa uma significativa aproximação entre a Argentina e a administração estadunidense, contrastando com as tensões que países como Brasil enfrentam com as tarifas de 50% anunciadas por Trump.
“O início deste processo é uma clara mostra do excelente vínculo do presidente Javier Milei e do presidente dos EUA, Donald Trump, baseado na confiança entre ambos mandatários”, afirmou a Casa Rosada em comunicado oficial.
O programa de isenção, do qual a Argentina participou até 2002, atualmente inclui apenas 42 países, sendo o Chile o único representante sul-americano. A adesão completa, no entanto, pode levar meses ou anos, dependendo do cumprimento dos requisitos de segurança exigidos pelos EUA.

Os cidadãos argentinos aprovados precisarão apresentar passaporte biométrico, informações pessoais e de trabalho, endereço de hospedagem nos EUA e pagar taxa de US$ 21.
Kristi Noem, ex-governadora de Dakota do Sul e figura controversa por suas posições sobre imigração e pandemia, destacou: “Sob a liderança do presidente Javier Milei, a Argentina está se convertendo em um aliado ainda mais forte dos EUA”. Ela ressaltou que o país teve “a menor taxa de vistos vencidos de toda a América Latina” e aumento de 25% nas viagens para os EUA neste ano.
Além do programa de vistos, a reunião tratou de cooperação em segurança fronteiriça, combate ao terrorismo e controle migratório. A imprensa argentina especula sobre possíveis acordos para deportação de cidadãos, semelhantes aos existentes com El Salvador e Essuatíni, embora não haja confirmação oficial.
A aproximação com Trump vai além da relação diplomática. Peter Lamelas, embaixador designado por Trump para a Argentina, declarou recentemente que um de seus objetivos seria “limitar a influência maligna da China” no país. Em novembro de 2024, Lamelas já elogiava Milei nas redes sociais: “Assim como o presidente Trump, Milei entende que a prosperidade começa com um estado menor e mais eficiente”.