
A embarcação Handala, parte da missão civil da Coalizão Flotilha da Liberdade, foi violentamente interceptada por forças israelenses enquanto navegava em águas internacionais, a cerca de 40 milhas náuticas da Faixa de Gaza. O barco transportava ajuda humanitária essencial para os palestinos, como leite infantil, fraldas, alimentos e medicamentos. Às 23h43 (horário local da Palestina) do sábado (26), as comunicações e câmeras a bordo foram desligadas, e o contato com a embarcação foi perdido.
O Handala levava 21 civis desarmados de 12 países, incluindo parlamentares, advogados, jornalistas, sindicalistas e ativistas dos direitos humanos. Todos foram sequestrados e levados pelas forças de ocupação, que também confiscaram a carga humanitária, em uma ação que viola o direito marítimo internacional, já que ocorreu fora das águas territoriais israelenses ou palestinas.
Entre os passageiros estavam nomes como Christian Smalls, fundador do sindicato dos trabalhadores da Amazon (EUA), a advogada Huwaida Arraf (Palestina/EUA), as deputadas francesas Emma Fourreau e Gabrielle Cathala, o professor italiano Antonio Mazzeo, e o economista espanhol Santiago González Vallejo, além de jornalistas da Al Jazeera, como Mohamed El Bakkali (Marrocos) e Waad Al Musa (Iraque/EUA).
“Israel não tem autoridade legal para deter civis internacionais a bordo do Handala,” disse Ann Wright, do comitê diretivo da Fotilha da Liberdade. “Essa não é uma questão de jurisdição interna israelense. Essas pessoas são estrangeiras operando de acordo com leis internacionais em águas internacionais. Sua detenção é arbitrária, ilegal e deve acabar.”
“My name is Emma Fourreau.”
“I am French and Swedish.”
“If you’re seeing this video, it means we were illegally intercepted, and I have been kidnapped by Israeli occupation forces.”
ALL EYES ON THE HANDALA FREEDOM FLOTILLA! pic.twitter.com/6tIJXl9S5O
— sarah (@sahouraxo) July 26, 2025
Esse foi o terceiro ataque a missões da Freedom Flotilla em 2025. Em maio, um drone israelense atacou o barco Conscience em águas europeias, deixando quatro feridos. Em junho, o barco Madleen foi apreendido, e seus ocupantes sequestrados, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, a sueca Greta Thunberg e a deputada francesa Rima Hassan.
Antes da interceptação, a tripulação do Handala declarou que entraria em greve de fome, recusando qualquer comida ou água fornecida por Israel. A ação de Tel Aviv ignora ordens vinculantes da Corte Internacional de Justiça, que exige o livre acesso da ajuda humanitária a Gaza. “A detenção é arbitrária, ilegal e deve acabar”, afirmou Ann Wright, integrante do comitê diretivo da Freedom Flotilla.
🇵🇸🇮🇱 O navio Handala, que tentava romper o bloqueio a Gaza para entregar ajuda humanitária, foi sequestrado por Israel em águas internacionais. Telavive permite-se violar a lei internacional como quer, porque tem a autorização para tal das grandes potências. pic.twitter.com/SKzzxHDMfg
— geopol•pt (@GeopolPt) July 27, 2025