É só suco de laranja? Você tem certeza?

O Tarifaço dos EUA como Guerra Econômica contra o Brasil

por Reynaldo Aragon

É sobre satélites, chips, aviões, softwares, empregos, dados, território, soberania. O tarifaço dos EUA contra o Brasil é uma ofensiva silenciosa, calculada e destrutiva contra tudo o que temos de mais estratégico. E ninguém está contando isso pra você.

Guerra Tarifária ou Guerra Declarada?

No dia 1º de agosto de 2025, entra em vigor um dos mais agressivos ataques comerciais já desferidos contra o Brasil: tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos sobre centenas de produtos brasileiros. A medida é apresentada pela retórica oficial como uma “resposta a práticas comerciais injustas”, mas na realidade se inscreve como mais um capítulo da guerra híbrida e assimétrica travada pelo império em declínio contra os países que ainda insistem em exercer soberania.

A imprensa, com seu olhar colonizado, tenta enquadrar o problema dentro da lógica do agronegócio — suco de laranja, café, carne bovina — como se estivéssemos falando apenas de perdas em commodities. Mas o que está em jogo é de outra ordem: trata-se da destruição coordenada da infraestrutura tecnológica, industrial, científica e informacional do país. O alvo não é apenas a balança comercial, mas sim as cadeias de valor estratégicas que sustentam a autonomia do Brasil enquanto nação moderna.

Estamos diante de uma guerra econômica com alvos de alta precisão: a Embraer, os data centers, a indústria 4.0, a defesa nacional, os semicondutores, os softwares críticos, a comunicação cifrada, as redes de telecomunicação, os sistemas cibernéticos, a infraestrutura de pagamento digital, o parque industrial de automação — tudo aquilo que, sem alarde, compõe o verdadeiro núcleo da soberania nacional no século XXI.

Não se trata de uma guerra fria. Tampouco é guerra quente no sentido convencional. É uma guerra tarifária com consequências estruturais, com potencial de provocar um processo de desindustrialização acelerado, desemprego em massa, apagão tecnológico e colapso das cadeias produtivas estratégicas. E, como toda guerra, ela tem um sentido político: impor ao Brasil o retorno ao lugar subalterno de colônia exportadora de recursos primários e consumidora de tecnologia alheia.

Este artigo é um alerta. É uma denúncia. E, sobretudo, é um chamado à consciência histórica. Porque não se trata de uma disputa comercial — trata-se de uma tentativa de contenção, punição e neutralização geopolítica de um país que ousou crescer fora dos trilhos do império. E agora está na mira.

Suco de Laranja e Café como Cortina de Fumaça

A insistência da imprensa tradicional em transformar o tarifaço em um conflito sobre café e suco de laranja não é apenas um erro analítico — é um ato deliberado de desinformação por omissão. Trata-se de um mecanismo clássico de diversionismo ideológico: ao manter o foco nos produtos mais conhecidos e facilmente assimiláveis pelo público, a cobertura jornalística oculta o verdadeiro campo de batalha. E o campo de batalha não está nas lavouras, mas nos centros de controle da infraestrutura produtiva do país.

Enquanto se fala em carne e fruta, o que está de fato sob ataque são os sensores de fábricas, os robôs industriais, os aviônicos de uso dual, os softwares de automação, os chips importados, as máquinas de precisão, os roteadores críticos, os equipamentos de rede de telecomunicação, os sistemas de defesa aérea e os serviços em nuvem que mantêm o Estado brasileiro funcionando. O tarifaço imposto pelos EUA não é um ataque à agricultura, mas sim à espinha dorsal do Brasil contemporâneo.

Essa cortina de fumaça tem função política: evita que a sociedade perceba que está sendo submetida a uma estratégia de contenção estrutural, uma manobra para manter o Brasil paralisado no papel de exportador de grãos e importador de inteligência. Ao direcionar a narrativa para alimentos e commodities, impede-se o debate sobre a tecnologia, a soberania digital, a base industrial e o futuro do país como potência autônoma.

O suco de laranja, nesse contexto, é apenas o espetáculo. O colapso da Embraer, o desmonte da cadeia de semicondutores, a interrupção da modernização da indústria e a dependência cega de sistemas cloud sob controle estrangeiro — esse é o drama real. Mas é um drama silencioso, técnico, invisível. E por isso, eficiente: ninguém se mobiliza por uma licença de software; ninguém se indigna por um chip que ficou mais caro. O desastre é cotidiano, difuso e irreversível — se não for denunciado agora.

Essa guerra tarifária é, portanto, um capítulo a mais da guerra híbrida contra o Brasil. Mas diferente das fake news, que operam na superfície da opinião pública, as tarifas atuam no nível da infraestrutura produtiva. E é aí que o império é mais cruel: ele não precisa invadir com tanques. Basta cortar o fornecimento de peças, encarecer um serviço digital, impedir uma importação, travar uma cadeia logística. E tudo desmorona.

Ao fingir que se trata apenas de agricultura, o discurso oficial tenta preservar o mito do livre-comércio, da parceria estratégica, da diplomacia racional. Mas a realidade é brutal. O que se vê é o uso tático das tarifas como arma geopolítica de estrangulamento. E o alvo não são os sucos. O alvo é o nosso futuro.

A Embraer como Alvo Geopolítico

A Embraer não é apenas uma empresa. Ela é, desde a década de 1970, a maior expressão da capacidade do Brasil de desenvolver e dominar tecnologias complexas de uso civil e militar. É também o exemplo mais acabado de uma política de Estado que deu certo — e por isso mesmo, passou a ser considerada uma ameaça por potências que não admitem concorrência tecnológica vinda do Sul global.

Ao longo das últimas décadas, a Embraer se firmou como a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo. E fez isso sem depender de patentes norte-americanas, sem subordinação estratégica à Boeing ou à Lockheed Martin, e com capacidade própria de inovação em design, engenharia e integração de sistemas — especialmente nos segmentos de defesa, aviação regional e jatos executivos. Isso nunca foi perdoado.

A tentativa de aquisição forçada pela Boeing em 2018, posteriormente abortada, foi apenas o capítulo mais explícito dessa guerra fria empresarial. O que se tentou naquele momento foi absorver a engenharia da Embraer, controlar seus projetos estratégicos e desmontar sua independência tecnológica — o mesmo tipo de operação já aplicado a empresas europeias, coreanas e japonesas ao longo da história. O Brasil resistiu. E, por isso, foi colocado na lista negra.

Hoje, com as novas tarifas de 50% impostas pelos EUA, a Embraer está novamente sob ataque — e desta vez de forma mais insidiosa. Cada aeronave comercial da linha E175 vendida ao mercado norte-americano sofrerá um encarecimento de cerca de US$ 9 milhões, tornando a operação inviável. O CEO da empresa já declarou que isso equivale a um “embargo comercial”. Analistas projetam perdas de até US$ 150 milhões apenas no segundo semestre de 2025, com risco de cancelamento de contratos, paralisação de produção, demissões em massa e colapso de fornecedores.

Mas o que precisa ser dito com todas as letras é que esse ataque não visa apenas o faturamento da empresa. Ele visa aniquilar o último elo soberano da cadeia tecnológica aeronáutica fora do controle do Ocidente anglo-saxão. A Embraer é, ao mesmo tempo, alvo tático e símbolo estratégico: destruir sua competitividade é sinalizar ao mundo que o império ainda dita as regras do jogo — e que quem ousar inovar fora dos eixos designados será punido exemplarmente.

A cadeia produtiva da Embraer envolve mais de cem empresas brasileiras, incluindo fornecedores de materiais compostos, turbinas, assentos, componentes eletrônicos, softwares embarcados, sistemas de navegação e logística. Grande parte desses insumos é importada dos próprios EUA, em contratos de interdependência que agora são convertidos em armadilhas. A tarifa, nesse caso, não afeta apenas a exportação, mas também o abastecimento interno, travando a engrenagem por dentro.

Além disso, o segmento de defesa da Embraer — que inclui o cargueiro militar KC-390, os Super Tucano e outros projetos sensíveis — está exposto à mesma lógica de asfixia. Peças, sensores, sistemas criptografados, radares e integração com satélites passam, direta ou indiretamente, por tecnologia americana. Basta um embargo técnico para comprometer a operação inteira de uma frota. E é esse o ponto: o tarifaço não é uma medida comercial, é um teste de sabotagem sob o verniz diplomático do livre mercado.

A destruição da Embraer interessa aos EUA porque ela é um dos últimos pontos de apoio da soberania industrial brasileira. E sua queda teria um efeito simbólico arrasador: significaria, na prática, o fim do projeto de nação tecnológica autônoma iniciado nos anos 1950 com o ITA e a Aeronáutica. A mensagem é clara: não será permitido ao Brasil competir no alto valor agregado. Nosso lugar, segundo a lógica imperial, é plantar soja, extrair minério e comprar software.

Não é por acaso que, entre os primeiros alvos do tarifaço, esteja a única empresa brasileira que compete, de igual para igual, com gigantes globais. Isso não é livre-comércio. É guerra. E quem não enxergar isso a tempo, pagará o preço em sangue, empregos e soberania.

A Máquina Invisível: Setores Dependentes de Alta Tecnologia

Enquanto a Embraer representa o alvo visível, institucional e simbólico da ofensiva tarifária, há uma máquina invisível, muito mais ampla, que sustenta silenciosamente a vida produtiva, comercial, digital e militar do país — e que também está sendo meticulosamente golpeada.

Estamos falando de todos os setores da economia nacional que dependem de tecnologias sensíveis, equipamentos complexos, sistemas digitais, peças de reposição, licenças de software e infraestrutura de rede importadas dos EUA. Essa dependência, historicamente construída durante décadas de neoliberalismo e desmonte industrial, nos transformou em uma economia que não apenas exporta produtos primários, mas importa inteligência embutida em cada sensor, chip ou algoritmo.

A tarifa de 50% atinge em cheio as engrenagens da indústria 4.0, que inclui desde máquinas CNC, robôs industriais, PLCs, sensores IoT e softwares SCADA até sistemas de automação logística, manutenção preditiva, redes 5G e inteligência artificial operacional. Cada fábrica que hoje tenta se digitalizar — seja no setor automotivo, de alimentos, mineração, papel e celulose ou saneamento — depende desses insumos. E todos, sem exceção, estão direta ou indiretamente vinculados a cadeias de fornecimento sob jurisdição dos EUA.

Além disso, os data centers brasileiros, o sistema bancário, os hospitais públicos e privados, os servidores do Estado, os aplicativos de mobilidade, pagamento e gestão pública, quase todos utilizam serviços, licenças e protocolos norte-americanos. Sejam da Microsoft, da Oracle, da Amazon Web Services ou da Cisco. A estrutura digital que mantém o país funcionando está literalmente conectada — juridicamente e tecnicamente — a um fornecedor externo. E agora, com as tarifas, essa conexão se transforma em dependência coercitiva.

O impacto também se estende à defesa e à cibernética. Projetos de modernização da Aeronáutica, sistemas de satélite de uso dual, plataformas de comando e controle, redes de comunicação criptografadas, radares e inteligência artificial embarcada estão sendo atingidos com precisão milimétrica. O Brasil pode até ter um Exército, mas sem componentes importados, nenhum blindado, avião, míssil ou drone pode funcionar plenamente. A guerra tarifária, nesse aspecto, equivale a um bloqueio militar não declarado.

E há mais: setores como energia, agricultura de precisão, monitoramento ambiental, controle aéreo, mobilidade urbana, segurança pública, tributação eletrônica e logística interestadual — todos esses campos hoje funcionam com algum nível de infraestrutura digital terceirizada. O aumento repentino dos custos de manutenção, substituição e expansão dessas tecnologias pode significar não apenas estagnação, mas retrocesso técnico e colapso sistêmico em escala.

Trata-se, portanto, de uma crise que não se vê nas prateleiras do supermercado ou nos telejornais, mas que corrói a alma da economia moderna. Um país que não domina os seus próprios meios de produção digital, de defesa informacional, de manufatura avançada ou de comunicação estratégica é um país ocupado — mesmo sem tropas.

Essa é a essência da guerra tarifária: não matar com bombas, mas com dependência. Impor, por meio de números e regulações, o mesmo tipo de dominação que antes se fazia com canhões. O que está sendo atacado, no fundo, é o direito do Brasil de existir enquanto nação autônoma no século XXI.

E se não reagirmos com a mesma lógica de urgência — estratégica, política e popular — o colapso não será espetacular nem repentino. Ele será lento, silencioso, irreversível. E quando notarmos, não teremos mais satélites, nem aviões, nem fábricas, nem redes, nem soberania. Apenas aplicativos estrangeiros nos dizendo o que comprar, onde andar, o que pensar.

Consequências Reais: O Que Está em Risco

Não se trata, como querem fazer parecer, de uma disputa comercial com efeitos localizados. O tarifaço imposto pelos Estados Unidos tem potencial para desencadear uma crise sistêmica de longo alcance, cujas consequências reais ainda estão sendo subestimadas — inclusive por setores do próprio governo brasileiro. Os dados são duros. Mas a análise, se feita com rigor materialista, revela um panorama ainda mais grave: o tarifaço pode provocar uma regressão estrutural da economia brasileira.

Em primeiro lugar, há o risco imediato de desindustrialização acelerada. Empresas que hoje operam com margens apertadas e dependem de componentes ou equipamentos norte-americanos verão seus custos explodirem. Cadeias produtivas inteiras, como a de eletroeletrônicos, aviação, óleo e gás, equipamentos hospitalares e mesmo o agronegócio de alta precisão, podem sofrer rupturas que inviabilizam sua continuidade. A perda de competitividade não será apenas internacional: ocorrerá também no mercado interno, onde produtos nacionais se tornarão mais caros do que os importados asiáticos — o que abrirá caminho para um novo ciclo de substituição reversa e desemprego.

Em segundo lugar, milhões de empregos estão em risco. Não apenas os diretamente ligados às exportações para os EUA, mas também os de todo o ecossistema industrial que depende de importações críticas. Um levantamento preliminar indica que cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho qualificado podem ser afetados direta ou indiretamente — incluindo engenheiros, técnicos, operários, programadores, analistas de sistemas e pesquisadores. Isso sem contar os efeitos em cascata no setor de serviços, logística e comércio.

Em terceiro lugar, a autonomia tecnológica do Brasil será mutilada. Projetos estratégicos de defesa, conectividade, energia e digitalização pública ficarão paralisados, engavetados ou terceirizados para fornecedores privados internacionais. A formação de novos cientistas e engenheiros será desestimulada, universidades e centros de pesquisa verão seus convênios internacionais suspensos, e startups de base tecnológica perderão acesso a insumos, know-how e financiamento. O país poderá perder, em poucos anos, uma geração inteira de inovação científica.

Além disso, há o risco de consolidação da dependência digital. Com o aumento de preços e o enrijecimento dos termos de serviço de empresas norte-americanas, o Brasil se verá forçado a pagar mais caro para manter a mesma subordinação, sem ter desenvolvido alternativas próprias. Isso vale para nuvem, inteligência artificial, roteadores, microprocessadores, redes privadas, segurança cibernética, plataformas educacionais e toda a infraestrutura digital que hoje conecta o país a si mesmo.

A soma desses efeitos levará inevitavelmente à reprimarização da economia nacional. O Brasil será empurrado de volta ao lugar de colônia extrativista, vendedora de grãos, petróleo e minério — e compradora de tudo o que importa. A guerra tarifária, nesse sentido, é um projeto de engenharia reversa do subdesenvolvimento. Uma tentativa de destruir, por dentro e por fora, qualquer possibilidade de soberania.

E o mais perverso é que tudo isso será apresentado ao mundo como parte de um “ajuste comercial necessário”, uma “reação técnica” a uma “política industrial agressiva do Brasil”. Mas, como sempre, o discurso do império é feito para disfarçar seus crimes. O que está em curso não é um debate tarifário: é uma forma de guerra em tempo real, com efeitos materiais, geopolíticos e históricos.

Estamos sendo sufocados. E ainda achamos que é só suco de laranja.

O que Fazer: Soberania ou Submissão

Diante da gravidade do cenário, não há espaço para ilusões. A guerra tarifária dos EUA não será resolvida com diplomacia tímida, nem com notas técnicas ou editoriais “equilibrados”. Estamos sob ataque direto a nossos setores mais estratégicos — e não reconhecer isso é colaborar com o inimigo. O momento exige uma resposta de Estado, mas também uma mobilização nacional, social, intelectual e produtiva. Ou enfrentamos a crise com coragem e unidade, ou aceitaremos, de joelhos, uma nova era de submissão.

A primeira medida urgente é o mapeamento completo das cadeias de dependência tecnológica dos EUA. Cada chip, licença, máquina ou protocolo que chega ao Brasil precisa ser identificado, classificado e mensurado. Esse raio-x revelará o verdadeiro campo de batalha. Não se trata de fazer autarquia, mas de conhecer o grau da nossa exposição. Só assim será possível traçar uma estratégia realista e eficiente de substituição.

Em seguida, é preciso reativar com urgência o projeto de reindustrialização do país com foco em soberania tecnológica. Isso significa investimento público em semicondutores, software nacional, infraestrutura digital pública, defesa cibernética, pesquisa científica e engenharia pesada. Exige também políticas industriais com metas claras, estímulos fiscais direcionados, encomendas públicas estratégicas e parceria com países do Sul Global que enfrentam o mesmo cerco imperial — como Índia, África do Sul, Argentina, Irã, Indonésia, Egito, entre outros.

Além disso, o país deve lançar imediatamente uma agenda de emergência para cooperação Sul–Sul em tecnologias sensíveis, com ênfase em soberania informacional, infraestrutura de dados, inteligência artificial, comunicação segura e cloud pública. O Brasil tem parceiros dispostos e capacidades adormecidas — só precisa vontade política.

No campo diplomático, o governo brasileiro precisa parar de temer represálias e começar a atuar com clareza estratégica. Se os EUA romperam o equilíbrio comercial, não há mais razão para manter acordos assimétricos em nome de uma aliança que nunca existiu de fato. A retaliação precisa ser proporcional, mas também pedagógica: limitar compras públicas de empresas dos EUA, suspender cooperações em áreas sensíveis e redirecionar investimentos estratégicos.

Por fim, é hora de ativar a sociedade brasileira como sujeito histórico. Essa guerra não será vencida apenas em gabinetes, mas também nas universidades, nos sindicatos, nas organizações populares, nas redes, nas periferias e nos parlamentos. A soberania, para ser real, precisa ser entendida, sentida e defendida por todos.

Estamos sendo atacados com tarifas, mas o objetivo é muito mais profundo: impedir que o Brasil se torne o que pode ser. O império está em crise, e sua resposta é o ataque aos países que ousam levantar a cabeça. O tarifaço é apenas a tática mais recente. A estratégia é antiga: nos manter de joelhos.

Mas ainda temos uma escolha. Entre a submissão e a soberania. Entre a inércia e o enfrentamento. Entre o silêncio e a denúncia.

Porque, no fim, não se trata de café. Nem de suco de laranja.

Trata-se do direito do Brasil de existir como nação.

Artigo originalmente publicado em <código aberto>

Reynaldo Aragon Gonçalves é jornalista especializado em geopolítica da informação e da tecnologia. É membro pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos em Comunicação, Cognição e Computação (NEECCC – INCT DSI) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Disputas e Soberania Informacional (INCT DSI).

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Last Update: 27/07/2025