A ministra da Saúde, Nísia Trindade, declarou na terça-feira (9) que é necessário reconhecer a derrota na vacinação contra a Covid-19 no Brasil devido a uma “desinformação criminosa” que tem sido eficaz até agora.
Em um painel na 76ª reunião anual da SBPC em Belém, ela explicou o atraso na compra de vacinas adaptadas para a variante XBB, mas garantiu que não haverá falta de imunizantes.
Segundo a Folha, Trindade destacou que, apesar dos esforços, houve uma percepção errônea de maior risco na vacina do que na própria doença, causada pela desinformação propagada por políticos de direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa campanha contrária à vacinação foi contra as evidências científicas que comprovam a eficácia dos imunizantes.
A ministra enfatizou a importância de pensar em novas estratégias além das campanhas, ressaltando que a vacinação é um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e que a liberdade democrática não deve prevalecer sobre o bem coletivo.
O Ministério da Saúde teve que adiar o início de uma campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 devido ao atraso na compra de doses, com apenas 10% das vacinas atualizadas entregues até agora. A campanha atual é focada em grupos prioritários, como idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde e populações vulneráveis.
Trindade também mencionou que a procura pela vacina contra a dengue é baixa e que o ministério aguarda o imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan para ampliar a oferta de doses. Ela ressaltou que a dengue, antes considerada uma doença tropical, está agora se espalhando para novos países devido às mudanças climáticas, e prevê uma alta incidência da doença também em 2025.