As forças da Autoridade Palestina reprimiram, nesta sexta-feira (25), diversas marchas e manifestações de solidariedade com a Faixa de Gaza que ocorreram após as orações do meio-dia em cidades da Cisjordânia, especialmente em Nablus. Os protestos denunciavam o genocídio promovido por “Israel” e a política de fome imposta à população de Gaza.

Uma manifestação massiva partiu da Mesquita Al-Nasr, no centro de Nablus, mas foi violentamente reprimida pelas forças da Autoridade Palestina, que impediram sua continuidade, gerando revolta e indignação entre os participantes.

Diversas cidades da Cisjordânia testemunharam mobilizações similares após a oração de sexta-feira. Em Hebron, uma grande marcha saiu da Mesquita Al-Haras, com manifestantes empunhando cartazes contra a agressão sionista a Gaza e exigindo a abertura dos pontos de passagem e o envio imediato de ajuda humanitária.

Em Ramala, dezenas de pessoas se reuniram no centro da cidade, entoando palavras de ordem em apoio à resistência de Gaza e contra o bloqueio e a política de fome.

As forças da resistência, lideradas pelo Hamas e por diversas organizações e entidades islâmicas, haviam convocado mobilizações populares nas capitais e cidades do mundo árabe e islâmico entre sexta-feira e domingo. A iniciativa tinha como objetivo denunciar o cerco e a fome enfrentados pelos habitantes de Gaza, exigindo o fim do bloqueio e da catástrofe humanitária.

O Hamas declarou:

“Que os próximos dias sejam um grito estrondoso contra a ocupação e uma vergonha sobre aqueles que permanecem em silêncio. Que se espalhem protestos, vigílias e marchas de fúria diante das embaixadas sionistas e americanas, nas ruas, praças, universidades e por todos os meios de comunicação.”

A União Mundial dos Ulemás Muçulmanos também havia emitido um chamado urgente às nações islâmicas para que realizem manifestações e vigílias pacíficas, bem como para que dedicassem os sermões da próxima sexta-feira e as súplicas (qunût) à causa de Gaza.

“Chamamos toda a Ummah Islâmica para se levantar e manifestar contra a agressão e a fome em Gaza”, declarou a entidade.
“Convocamos todos os imãs e pregadores a dedicarem suas palavras e orações desta sexta-feira a Gaza.”

Diante da repressão, Abdul Rahman Shadid, dirigente do Hamas, classificou a conduta da Autoridade Palestina como um “alinhamento com a ocupação e sua agressão contínua contra nosso povo e nossa terra”. Shadid afirmou que essas manifestações representam o mínimo de solidariedade nacional e religiosa entre os irmãos da Cisjordânia e de Gaza, e que deveriam ser apoiadas, não reprimidas ou perseguidas.

Ele exigiu que os serviços de segurança da Autoridade parem de alvejar os patriotas palestinos e se unam à linha de frente contra a ocupação, em vez de reprimir o povo palestino.

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Last Update: 26/07/2025