Nesta sexta (25), petista visitou município de Osasco para anunciar R$ 4,7 bilhões em urbanização de favelas do país e voltou a criticar envolvimento do clã Bolsonaro na taxação de produtos nacionais pelos EUA
O presidente Lula visitou, nesta sexta-feira (25/7), o município de Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo (SP), para participar da cerimônia de anúncio dos projetos habilitados pelo Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva. O governo federal vai investir R$ 4,7 bilhões para urbanizar favelas em 32 municípios de 12 estados do país. Ao todo, são 49 territórios periféricos contemplados com os aportes.
Ao lado de ministros e aliados, Lula aproveitou a ocasião para voltar a subir o tom contra o clã Bolsonaro e o conluio com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para taxar produtos provenientes do Brasil em 50%. Durante discurso no Jardim Rochdale, o petista colocou em xeque o patriotismo da extrema direita, que se limita à apropriação dos símbolos nacionais.
“Agora veja que absurdo: esses mesmos cidadãos ou cidadãs, que utilizavam a camisa da Seleção Brasileira e a bandeira nacional, dizendo-se patriotas, estão agora agarrados nas botas no presidente dos EUA, pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, em uma total falta de patriotismo. Junta a falta de patriotismo com sem vergonhice, com traição”, disparou.
“Estão pedindo para o presidente da República dos EUA aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai, ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse? Isso é pior que Silvério dos Reis”, completou Lula, ao comparar os Bolsonaro à figura histórica que delatou Tiradentes e os inconfidentes, em 11 de abril de 1789.
O petista também reiterou que o Brasil é soberano, mas que o governo federal está disposto a se sentar à mesa de negociações para chegar a um acordo com a Casa Branca, muito embora Trump tenha condicionado o diálogo à anistia ao capitão da extrema direita. “O Bolsonaro não é um problema meu, é um problema da justiça brasileira.”
Patriotismo verdadeiro
Preocupado com os reais interesses e necessidades do país, o governo Lula selecionou projetos direcionados às classes mais vulneráveis. Eles envolvem 5.606 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida; 8.434 unidades habitacionais com financiamento; e 8.465 melhorias habitacionais. Os projetos, em benefício de 375 mil famílias brasileiras, agora seguem o fluxo de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) para contratação.
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Do total de recursos, R$ 2 bilhões estão reservados a 13 comunidades do estado de SP. Em Osasco, o investimento será de R$ 200 milhões para a Favela da 13, no bairro Jaguaripe, e para a comunidade do Limite, no bairro Santa Maria. A iniciativa prevê 434 novas unidades habitacionais.
Jardim Rochdale
O Jardim Rochdale, comunidade de Osasco castigada por alagamentos, vai receber a segunda fase da urbanização. No novo contrato, são R$ 82 milhões para pavimentação, microdrenagem, macrodrenagem, rede de coleta de esgoto sanitário, rede de abastecimento de água, rede elétrica e de iluminação pública, recuperação ambiental, construção de praça, regularização fundiária, construção de 166 novas moradias e melhorias em 319 unidades habitacionais do local, além de trabalho social com 481 famílias.
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O Novo PAC dispõe de projeto de regularização fundiária para as áreas de Rochdale 1, 2 e 3, Chapéu de Couro e Portal D’Oeste. O investimento é de R$ 3,1 milhões, com R$ 3,07 milhões de recursos federais e R$ 30 mil de contrapartida municipal. Isso resultará na titulação de propriedade para 1,23 mil famílias e benefício para mais de 4,3 mil pessoas.
Periferia Viva
O programa do governo federal Periferia Viva destina recursos visando à melhoria das condições de vida nas periferias urbanas brasileiras. Ele é integrado por 17 ministérios envolvidos na articulação de políticas públicas.
O Ministério das Cidades promove obras de urbanização em favelas, palafitas e loteamentos informais que incluem todo o conjunto de necessidades de infraestrutura urbana. A pasta se debruça sobre questões como recuperação ambiental, melhorias habitacionais, produção de moradias, regularização fundiária e trabalho social.
Os demais ministérios estão encarregados de outras ações articuladas para impulsionar a transformação urbana.