O general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo golpista de Jair Bolsonaro (PL), confessou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ser o autor de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. A declaração ocorreu na quinta-feira (24), em depoimento ao Tribunal.
Mário Fernandes é um dos réus na ação penal aberta para apurar a tentativa de golpe de Estado que tinha como objetivo impedir a posse e o governo do presidente Lula. A declaração confirma o teor golpista da organização criminosa que, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), era liderada por Jair Bolsonaro. A confissão do militar não surpreende, pois nos meses finais de 2022 e no começo de 2023, ficou claro que havia um grupo criminoso tentando derrubar o regime democrático.
A eleição do presidente Lula, além de representar a confiança do povo brasileiro, também demonstrou uma resistência histórica a tentativa de implantar um regime autoritário no comando do país. O golpe ainda está em curso, com a tentativa do presidente Donald Trump de interferir nas investigações e tentar livrar os golpistas da cadeia. Porém, a investida dos Estados Unidos encontra uma barreira na posição do presidente Lula, que não aceita negociar a soberania nacional e na resistência do Supremo, que impõe sua autonomia.
O plano para matar Lula, Moraes e Alckmin era denominado “Punhal Verde Amarelo”. “Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilador de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, disse o militar, que falou com uma naturalidade totalmente hipócrita, como se suas palavras não tivessem confirmando o envolvimento dele em um crime e no plano de assassinato de pessoas inocentes e que representam a escolha da população brasileira em eleições livres e justas.
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O julgamento da tentativa de golpe ocorre na Primeira Turma do Supremo. Bolsonaro está entre os réus e pode pegar até 40 anos de prisão, se for condenado por todos os delitos. A previsão é de que o julgamento termine entre agosto e setembro, e que os golpistas sejam colocados na cadeia. Não tratou-se de apenas um plano, já que militares foram deslocados de Goiânia para Brasília a fim de colocar os assassinatos em prática. Além disso, monitoraram os passos dos alvos e Jair Bolsonaro editou uma minuta golpista que seria utilizada para completar o golpe.
Todos os atos culminaram nos atentados de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, destacou que o depoimento comprova a gravidade do plano.
“Confessou. O general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria‑Geral da Presidência no governo Bolsonaro, admitiu em depoimento ao STF no dia de ontem ser o autor intelectual do plano denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’. O documento previa o assassinato, por envenenamento ou tiros, do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, planejado para 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação da chapa vencedora do TSE. Segundo a PF, o plano foi impresso no Palácio do Planalto, tinha táticas militares e inteligência clandestina envolvidas” escreveu Lindbergh.
CONFESSOU. O general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria‑Geral da Presidência no governo Bolsonaro, admitiu em depoimento ao STF no dia de ontem ser o autor intelectual do plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”.
O documento previa o…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) July 25, 2025
Da Redação