Em meio à série de ataques à soberania e às instituições brasileiras por parte do governo dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta segunda-feira (21), em Santiago, de reunião de alto nível sobre defesa da democracia.
Organizado pelo presidente do Chile, Gabriel Boric, o encontro também contará com as presenças dos líderes de Colômbia, Gustavo Petro, Espanha, Pedro Sánchez, e Uruguai, Yamandú Orsi.
O evento consistirá em reunião reservada entre os presidentes, seguida de almoço e de encontro com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de centros de reflexão (think tanks).
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As discussões estarão organizadas em torno de três eixos centrais: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação.
A atividade dá seguimento à primeira reunião de alto nível “Em defesa da Democracia: lutando contra o extremismo”, realizada em 24 de setembro de 2024, à margem da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e convocada pelos presidentes Lula e Pedro Sánchez.
A segunda edição da reunião da iniciativa está prevista para acontecer em setembro, no contexto da 80ª Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Ataques dos EUA
O encontro desta segunda já estava programado antes das investidas de Donald Trump contra o Brasil. Mas o tema, evidentemente, será central nos debates entre os lideres. Inclusive porque tais ataques ligam um sinal de alerta às demais nações sul-americanas, que podem, a qualquer momento, ver sua soberania em risco por ações arbitrárias do imperialismo estadunidense.
Nas últimas semanas, o presidente estadunidense intensificou os ataques contra o Brasil. A principal diz respeito à aplicação de taxa de 50% para os produtos exportados para os EUA, sob o argumento extorsivo de forçar as instituições brasileiras a suspenderem o processo por golpe de Estado que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro e seus apoiadores próximos, numa clara afronta à soberania nacional.
Além disso, Trump investiu contra o Pix, argumentando que a modalidade de pagamento desenvolvida pelo Banco Central brasileiro configuraria uma “prática desleal” no âmbito comercial. E nesta sexta-feira (18), o governo dos EUA decidiu revogar vistos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seus familiares e “aliados na Corte”.
Com agências