As investidas de Donald Trump sobre o Brasil colocam na cena política-diplomática um cenário cruel: as novas formas de guerra digital.

De início, recorreu ao instrumento das tarifas comerciais. Mas sua bomba atômica são o controle norte-americano sobre os instrumentos digitais. E a possibilidade de apertar o gatilho expõe, de maneira cruel, a pouca prioridade que o país deu ao tema da soberania digital.

O GPS

O projeto GPS (Global Positioning System) foi iniciado oficialmente pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, unificando três programas militares anteriores: o Transit (Marinha), Timation (Marinha) e 621B (Força Aérea). Sua função era ser um sistema de navegação preciso, capaz de operar em qualquer lugar do mundo.

Para tal, o modelo consistia no lançamento de satélites que cobrissem o planeta. Em 1995 passou a contar com 24 satélites ativos, garantindo a cobertura global por 24 horas por dia.

Inicialmente foi aberto ao público civil com a chamada precisão degrada (Selectiv Availability). Em 2000, o presidente Bill Clinton autorizou o uso total parra civis.

Hoje em dia são mais de 30 satélites em operação, em órbitas médias de 20.200 km. Cada satélite tem sinais, como hora precisa (usando relógios atômicos) e posição orbital. O receptor GPS no solo calcula sua posição com base no tempo que o sinal leva para chegar de pelo menos 4 satélites. A partir daí, consegue identificar o alvo com precisão.

O sistema é controlado pelo US Space Force.

Sem GPS

Se os EUA cortassem o acesso brasileiro ao GPS, haveria as seguintes consequências:

  • Agricultura de precisão: processo em expansão especialmente no centro-oeste. Tratores e drones perderiam orientação centimétrica.
  • Logística, aviação, transporte marítimo – rotas, rastreamento e pousos ficariam comprometidos.
  • Energia e telecomunicações – falhas na sincronização de redes e relógios atömicos.
  • Defesa e segurança – afetaria armas, mísseis, radares e vigilância.
  • Satélites nacionais – perda de referência para dados de órbita e calibração.

Sistemas alternativos

O GPS não é o único sistema existente no mundo.

Segundo o Chat GPT, há os seguintes sistemas alternativos em operação. Dispositivos modernos já aceitam múltiplos sistemas GNSS:

Sistema País de origem Situação
GLONASS 🇷🇺 Rússia Já amplamente usado em Androids e receptores agrícolas no Brasil
Galileo 🇪🇺 União Europeia Mais preciso que o GPS (modo civil), gratuito e confiável
BeiDou 🇨🇳 China Cobertura global desde 2020; já integrado em celulares Xiaomi etc.
NavIC 🇮🇳 Índia Regional, mas pode ser útil em cooperação

Segundo o Gemini, o GPS (EUA), Glonass (Rússia), Galileo (União Europeia) e BeiDou (China) têm cobertura global. O Glonass tem melhor desempenho na Rússia. O Galileo e o BelDOU tem cobertura global e tornaram-se totalmente operacionais desde 2020.

O GPS tem liderança de mercado na América do Norte e no seu quintal, ao sul. Na Ásia-Pacifico há rápido crescimento do BeiDou e NavIC, e o Galileo domina na Europa.

O Brasil poderá aderir a outros sistemas. O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já mantém cooperação com a CBERS e poderá montar outros com a ESA.

O CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) é um programa de cooperação espacial entre a China e o Brasil, focado no desenvolvimento e lançamento de satélites de observação da Terra. O objetivo principal é gerar imagens da superfície terrestre para diversas aplicações, como monitoramento ambiental (desmatamento, queimadas), agricultura, recursos hídricos, geologia, entre outros.

A ESA é a Agência Espacial Europeia

País / Bloco Sistema GNSS Grau de Abertura Possibilidade para o Brasil
🇺🇸 EUA GPS Controlado militarmente Uso irrestrito, mas pode ser cortado
🇷🇺 Rússia GLONASS Acesso amplo Usado em tratores e celulares no Brasil
🇪🇺 União Europeia Galileo Acordos civis e PRS Brasil pode integrar via ESA/INPE
🇨🇳 China BeiDou Acesso aberto e crescente Cooperação com CBERS/INPE já existente
🇮🇳 Índia NavIC Regional e cooperativo Potencial via BRICS ou acordos bilaterais
🌎 América do Sul N/A Proposta de sistema regional sul-americano

Como mudar de sistema

A maioria dos smartphones, receptores agrícolas e rastreadores modernos já são multi-GNSS, ou seja, compatíveis com GPS + Galileo + GLONASS + BeiDou.

No Brasil, muitas marcas de tratores, celulares (Samsung, Xiaomi, Apple) e equipamentos industriais já integram Galileo por padrão.

Mas há os chamados sistemas legados, em trens, aeronaves e drones militaraes) com hardware compatível apenas com o GPS. No caso da defesa, os dispositivos criptográficos e softwares militares integram GPS embarcados com fimware fechado.

O caminho é adaptar os softwares para aceitar múltiplos formatos de efemérides (dados orbitais), tempo e correções.

Segundo o ChatGPT, a mudança para o Galileo traria os seguintes desafios.

⚙️ 1. Compatibilidade de hardware

✅ Situação atual:

  • A maioria dos smartphones, receptores agrícolas e rastreadores modernos já são multi-GNSS, ou seja, compatíveis com GPS + Galileo + GLONASS + BeiDou.
  • No Brasil, muitas marcas de tratores, celulares (Samsung, Xiaomi, Apple) e equipamentos industriais já integram Galileo por padrão.
  • Mas há os chamados sistemas legados, em trens, aeronaves e drones militaraes) com hardware compatível apenas com o GPS. No caso da defesa, os dispositivos criptográficos e softwares militares integram GPS embarcados com fimware fechado.
  • O caminho é adaptar os softwares para aceitar múltiplos formatos de efemérides (dados orbitais), tempo e correções.

🔧 Dificuldades:

Área Problema técnico
Equipamentos legados Sistemas antigos (trens, aeronaves, drones militares) têm hardware compatível apenas com GPS
Agricultura de precisão RTK (correção centimétrica) e bases GNSS muitas vezes são otimizadas só para GPS + GLONASS
Defesa e segurança Dispositivos criptográficos e softwares militares integram módulos GPS embarcados com firmware fechado

📌 Solução: substituição gradual de hardware ou atualização de firmware com suporte ao Galileo.

🧠 2. Sistemas de software e algoritmos de navegação

Problemas comuns:

  • Softwares de georreferenciamento, cartografia, controle de tráfego e GIS costumam usar modelos otimizados para sinais GPS (L1/L2).
  • Galileo usa frequências similares, mas diferentes formatos de dados e níveis de precisão.
  • Integrações com o sistema de tempo do GPS (baseado em relógio do DoD) podem gerar erros de sincronização ao alternar para o tempo Galileo.

📌 Solução: adaptar os softwares para aceitar múltiplos formatos de efemérides (dados orbitais), tempo e correções.

🔒 3. Acesso ao serviço criptografado (PRS)

  • Em qualidade e precisão, o serviço PRS (Public Regulated Service) do Galileo é equivalente ao serviço militar do GPS.
  • Ele oferece maior resistência a interferências, spoofing, bloqueio e é destinado a forças armadas e autoridades públicas da UE.

Dificuldade:

  • Países fora da UE não têm acesso automático ao PRS — é preciso acordo bilateral de alto nível.

📌 Solução institucional: o Brasil teria que firmar acordo com a União Europeia via ESA ou Comissão Europeia, com garantias de confidencialidade, alinhamento político e compromisso de uso pacífico.

📡 4. Infraestrutura terrestre de apoio (EGNOS)

  • O sistema Galileo é complementado pelo EGNOS, uma rede de estações terrestres para correções diferenciais (como o WAAS nos EUA).
  • O EGNOS não cobre totalmente a América do Sul.

Dificuldade:

  • Sem infraestrutura regional (receptores EGNOS, estações GNSS de referência), a precisão bruta do Galileo será limitada (~1 a 5m).

📌 Solução: construir estações GNSS permanentes no Brasil e na América do Sul e conectar ao sistema europeu.

🌐 5. Geopolítica e certificação internacional

  • Para uso em aviação civil, ferrovias, marinha mercante e serviços críticos, é necessário que o sistema esteja certificado por autoridades brasileiras (ANAC, ANATEL, DECEA etc.) e compatível com padrões da ICAO e ITU.

📌 Solução: harmonização de normas e reconhecimento mútuo de certificações com UE, além de atualizações normativas locais.

Os ganhos geopolíticos

Segundo o Chat GPT, a transição do GPS (EUA) para o Galileo (UE) reduz significativamente a dependência geopolítica de sistemas estratégicos controlados por potências militares. Abaixo está uma avaliação dessa redução em quatro dimensões principais:


🧭 1. Autonomia Estratégica

Aspecto Com GPS (EUA) Com Galileo (UE)
Controle operacional Forças Armadas dos EUA (US Space Force) Comissão Europeia (uso civil)
Prioridade em crises Pode ser desligado ou degradado para usuários civis e estrangeiros Sem degradação intencional prevista
Acesso soberano Limitado por decisões políticas dos EUA Soberania tecnológica europeia
Risco de sanções geopolíticas Alto em caso de tensões com EUA Reduzido

🌐 2. Interoperabilidade e Redundância

  • Adoção do Galileo não elimina o uso do GPS, mas diversifica as fontes de sinal.
  • Sistemas podem operar em conjunto para maior precisão e confiabilidade.
  • Estratégia recomendada: uso de receptores multiconstelação (GPS + Galileo + BeiDou + GLONASS).

🛡️ 3. Segurança Cibernética e Militar

Risco Com GPS (único) Com Galileo (híbrido)
Ataques de spoofing/jamming Maior impacto se único Redução do risco
Bloqueio ou interferência Vulnerável a decisões externas Mais resiliência
Backup em caso de falha Nenhum alternativo Galileo serve como backup

📉 4. Indicador de Redução de Dependência (simulado)

Dimensão Peso (%) Dependência com GPS (%) Dependência com Galileo (%)
Controle soberano 40% 100% 0%
Risco de uso geopolítico 30% 80% 10%
Vulnerabilidade a cortes 20% 100% 20%
Capacidade de auditoria pública 10% 30% 90%

Dependência média ponderada:

  • Com GPS exclusivo: 91%
  • Com Galileo predominante: 26%

🟢 Redução estimada da dependência geopolítica: cerca de 65%


Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 20/07/2025