
Por Carla Batista
Da Página do MST
Na noite desta quinta-feira, 18 de julho de 2025, a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) concedeu o título de Doutora Honoris Causa à camponesa e histórica militante Elizabeth Teixeira. A cerimônia, realizada no auditório da Reitoria, marcou o encerramento da II JURA (Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária), em um ato carregado de emoção, memória e compromisso com a luta popular.
A honraria, mais alta distinção concedida pela instituição, reconhece a trajetória de luta de Elizabeth, mas também a legitimidade política, ética e acadêmica da luta por terra, justiça, educação do campo e direitos dos povos do campo. Trata-se de um marco histórico para a classe trabalhadora e para as universidades públicas enquanto espaços de resistência e produção de saber comprometido com a transformação social.

Camponesa, mãe, liderança das Ligas Camponesas e referência nacional na luta pela Reforma Agrária, Elizabeth Altino Teixeira completou 100 anos em fevereiro de 2025. Sua trajetória atravessou a repressão, a clandestinidade e o silêncio imposto pela ditadura militar. Mesmo diante das violências sofridas após o assassinato de seu companheiro, João Pedro Teixeira, nunca abandonou a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
A outorga do título foi proposta pelo Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da UFPB, com apoio de pesquisadoras comprometidas com a construção do conhecimento popular. A aprovação unânime pelo Conselho Universitário reafirma o papel da universidade pública como território de dignidade, resistência e diálogo com as lutas do povo.


Estudantes, militantes, educadoras e educadores populares, assentadas, acampados e intelectuais orgânicos celebraram a entrega do título como uma vitória coletiva. A história de Elizabeth segue viva nos assentamentos, nas escolas do campo, nas universidades e nas lutas cotidianas por um Brasil mais justo, sem latifúndio.
*Editado por Erica Vanzin