Em uma coletiva de imprensa realizada após a quarta operação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa, o ex-presidente Jair Bolsonaro se defendeu das acusações de “tentativa de golpe” e criticou duramente o Judiciário e o governo Lula. A operação, que incluiu a colocação de uma tornozeleira eletrônica, foi descrita por ele como uma “suprema humilhação”.
Visivelmente irritado com a imposição do uso de tornozeleira eletrônica, ele declarou: “Estou com 70 anos de idade, ex-presidente… governei em um momento difícil por 4 anos […] e conseguimos com a nossa equipe econômica […] terminar 22 no azul”.
Bolsonaro comentou sobre a impossibilidade de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho, atualmente nos Estados Unidos. “Não posso mais falar com ele agora. Se ele voltar para cá, vai ser preso”, afirmou. Apesar disso, defendeu que o filho continue atuando politicamente do exterior. “Ele tem 40 anos de idade, é um garoto inteligente, fala inglês, espanhol, quase bem o árabe. Está lá lutando por liberdade. Vai perder o mandato, deve ser excluído da PF. É perseguição”.
Ao ser questionado sobre o recente “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, Bolsonaro afirmou ter mantido bom relacionamento com autoridades americanas: “sempre conversei com gente do governo americano. Não é pedir [para reduzir tarifa]. Você tem que sentar e perguntar o que ele quer. Agora, se não conversar, todo mundo vai sofrer”.
Sobre a operação da Polícia Federal que o envolve diretamente, Bolsonaro declarou que a investigação não apresentou provas contra ele e reiterou não ter participado dos eventos de 8 de janeiro. “O relatório da PF não me bota no 8 de Janeiro. O Gonet me bota. Eu estava nos Estados Unidos”. Também negou envolvimento com um pen drive encontrado em sua casa: “Nunca abri um pen drive na minha vida. Não tenho nem laptop. Acho que colocaram lá”.
Rebatendo acusações sobre o uso de dinheiro vivo, respondeu: “qual o problema de eu ter 14 mil dólares em casa? Todo dólar tem recibo do Banco do Brasil”. Em outro momento, afirmou que ajudou financeiramente Eduardo Bolsonaro: “eu, como pai, ajudei. O dinheiro é meu. Não é dinheiro de caixa dois, nem de corrupção”.
Ao ser confrontado sobre a legitimidade da eleição de Lula, voltou a lançar dúvidas sobre o processo eleitoral. “questionei o TSE e não tive resposta. […] Esqueça a palavra fraude, qualquer dispositivo eletrônico pode falhar”. Comparou a situação ao caso Aécio Neves em 2014, alegando que a auditoria da época concluiu que as urnas são “inauditáveis”.
Indagado se está preparado para uma eventual prisão, respondeu: “tudo pode acontecer. Você vê velhinhas presas, mulheres com filhos sendo condenadas. É uma injustiça, um julgamento político”. Em outro momento, ironizou: “você vai me visitar lá [na cadeia]?”.
Bolsonaro encerrou a entrevista reafirmando seu discurso de vitimização e ataque à justiça: “a perseguição é sem fim. E agora a suprema humilhação. Tornozeleira, tem que ficar em casa. Não posso falar com o meu filho. Nunca vi isso”.
Leia a entrevista coletiva na íntegra:
Presidente, o senhor acha que essa medida muda a atuação do seu filho nos Estados Unidos? Não, não muda. Você tem que falar com ele. Não posso mais falar com ele agora.
Mas o senhor tem alguma alternativa para manter algum contato? Não, ele não veio mais para cá. Acredito que ele não venha mais para cá. Se ele voltar para cá, vai ser preso.
Presidente, a bancada do PL vai se reunir agora às 11 horas. Qual vai ser a estratégia dos legisladores? Nem estava sabendo da reunião. Vai se reunir agora? Ah, virtualmente.
Presidente, foi uma surpresa para todo mundo. Houve alguma comunicação com o senhor, com alguma autoridade americana desde o início desse “tarifaço”? Fiz um excelente relacionamento com autoridades do mundo todo. Tenho amigos de vários países, muitos amigos, né? Conhecidos de vários países, mas especificamente com alguém dos Estados Unidos. Sim, lógico. Estados Unidos, da Casa Branca. Depois do tarifaço, antes do tarifaço, sempre conversei com gente do governo americano.
Você chegou a pedir para diminuir a tarifa do Brasil? Não é pedir. Olha só, você tem que saber. Você tem que sentar e perguntar o que ele quer, quais são as condições. Agora, se não conversar, todo mundo vai sofrer. Não são apenas exportadores ou pessoal do agronegócio ou alguns empresários. Todo mundo vai sofrer.
E essa investigação sobre o Pix, que foi instituído no governo do senhor, né? Você fala, você fala em investigação. O que acontece com o Pix que gerou esse caso aí? Antes do Pix, que é do meu governo, de novembro de 2020, você fazia transação muito com TED, com DOC, com cartão de crédito. Então, essas empresas perderam dinheiro. Eu acredito que os banqueiros perderam de TED e DOC em torno de 20 bilhões por ano com o advento do Pix. O Pix, está tudo certo com ele, não tem problema nenhum.
O senhor acha que o Pix tem que ser mantido, não tem nenhuma razão para investigação? Então, depende. Se alguém está lavando dinheiro aí, é outra história, pô.
Mas e nessa questão ali da competitividade comercial? Pode ter algo parecido, mas igual ao nosso não. Você transfere o que você quiser, sem problema nenhum, em poucos segundos. O Pix movimenta por dia mais de R$1 bilhão de reais.
O senhor defende o Pix? É lógico, Pix diminuiu até… Você não viu falar mais em morte, em assalto, em caixa eletrônico, saídas de banco. Ajudou muito, o Pix. Agora tem gente que não está satisfeita porque quer ganhar um dinheiro em cima dele, né? Apesar do Lula falar que não queria taxar o Pix, aquela decisão que teve a Receita Federal era o primeiro passo para taxar. Quando eu falo para você que movimenta por dia mais de R$1 bilhão de reais, você imagina você botar ali 0,38 a CPMF lá atrás? Você botar 0,20 ali, como é que fica?
Aí tinha a proposta do Guedes de ter uma taxação. O presidente era eu. Não, o Guedes nunca chegou para mim de forma taxativa: “Vamos taxar o Pix”. Tinha gente que queria taxar o Pix, mas o presidente era eu. Não, não teve taxa. O meu governo foi o único que diminuiu impostos. Você não fala em governos anteriores diminuir impostos. Aqui o Haddad só sabe taxar.
Presidente, o senhor pode mostrar sua tornozeleira? Não, é uma suprema humilhação. Estou com 70 anos de idade, ex-presidente… governei em um momento difícil por 4 anos, pandemia, guerra, crise hídrica, Brumadinho, tá? E conseguimos com a nossa equipe econômica dirigida pelo Guedes, o Brasil terminar 22 no Azul.
Presidente, como é que foi a abordagem da chegada deles à casa do senhor? Me trataram bem, sem problema. Não teve nenhum ato de animosidade lá, não.
O senhor concorda em suspender a tarifa? Quem vai decidir não sou eu. Alguém tem que conversar com o tal de Donald Trump. Tem alguém do governo para conversar com ele? Me responda.
Presidente, eu conversei com o Sóstenes Cavalcante, a gente só vive aqui na Band TV. Ele me falou sobre a possibilidade de novas sanções comerciais, até em relação a outros ministros além do Alexandre de Moraes. O senhor tem alguma informação sobre isso? O que veio do governo americano, da OTAN, foi que, quem estiver negociando, por exemplo, petróleo com a Rússia, vai ter 100%. Eu negociei diesel com o Putin antes da guerra. Eu negociei fertilizantes com o Putin. Talvez fertilizantes entre na balança também. Você vai buscar fertilizante onde? Já que o Brasil, né, se limita… O que a Rússia tem, nós temos em excesso na foto do rio Madeira, mas está demarcada como terra indígena. Que país é esse?
Presidente, como é que o senhor viu essa restrição até do fim de semana, além do limite de sair durante a noite, e ampliar até o fim de semana? Suprema humilhação. Esse é o objetivo. Não tem nada contra mim, nem contra os outros. Ninguém tentou dar um golpe no Brasil e ele quer sustentar isso. Essas pobres pessoas estão condenadas a 14, 17 anos de cadeia, mulher, mães, gente de idade, com doença. Isso é uma desumanidade imensa.
Uma eventual prisão do senhor vai piorar a situação com o Trump? Rapaz, eu não posso afirmar nada para você. Você deve ter visto as cinco citações dele que ele tem um carinho especial por mim. Fui presidente, tratei com dignidade, obviamente — o país dele tem um PIB 14 vezes maior do que o nosso. É a maior potência econômica e bélica do mundo, tá? Como eu disse para vocês, não tarifou aço, nem alumínio comigo em 2019. Outras coisas aconteceram, isentei de visto americano para vir para cá, tínhamos propostas, infelizmente não foi reeleito. Então, é… teria uma maior participação americana nos Estados Unidos e não a China.
A PF acha que o senhor pode fugir. O senhor tem alguma intenção de fugir? Pô, cara, pô, não vou nem te responder isso aí, pô. Agora, me respondam agora. Vocês acham que houve tentativa de golpe em janeiro? Acredito que não. Quando converso com vocês num canto, tomando ali um caldo de cana, sem nada ligado, todos vocês falam que não houve tentativa de golpe.
Presidente, sobre o pen drive apreendido na casa do senhor… Olha, uma pessoa pediu para ir no banheiro, apontei o banheiro, daí voltou com o pen drive na mão. Eu nunca abri um pen drive na minha vida. Eu não tenho nem laptop em casa para mexer com pen drive. A gente fica preocupado com isso. Se ela tivesse algo comprometedor (eu não sou bandido), de tivesse, estaria lá à disposição… Não, não tenho a menor ideia. Eu nunca abri um pen drive na minha vida. Acho que colocaram lá. Não, não, não estou sugerindo nada. Eu acho que estou… estou surpreso. Vou perguntar para minha esposa se o pen drive era dela.
Na vez passada tiveram aqui, pegaram um calhamaço de papéis meu que era a memória do governo, tá? Tudo que eu ia fazer em qualquer estado, uma entrevista com vocês…
Presidente, o senhor teme uma eventual prisão? Tudo pode acontecer. Isso… quando você vê velhinhas presas… uma mulher com sete filhos foi condenada aí a 14 anos de cadeia.
Presidente, que orientação o senhor daria para o Eduardo agora? Eu não posso falar com ele. Nem por intermédio de vocês. Eu estou ferindo aqui, né, as cautelares. Ele vai continuar o trabalho dele lá. Ele tem 40 anos de idade, é um garoto inteligente, fala inglês, fala espanhol, fala quase bem o árabe também. Essa aproximação com a família Trump, com o parlamento americano, vem de antes até das eleições de 2018, tá? E ele está lá lutando por liberdade. Pelo que tudo indica, vai perder seu mandato. Pelo que tudo indica, via APAD, vai ser excluído da Polícia Federal. É perseguição implacável. Qual foi o crime? Falam lá de tentativa armada, né, de golpe. Foi apreendida alguma arma? Ontem eu falei para você na saída lá do Senado. Busque aqui a polícia legislativa do Senado ou da Câmara, pergunta se no Rio de Janeiro foi apreendida alguma arma, não foi. Quem era o comandante daquilo?
Presidente, em situações anteriores, o senhor chegou a falar que ajudou a fazer uma transferência até de R$2 milhões para o Eduardo. Essas ajudas cessaram? Elas vão continuar? O senhor não pode conversar, mas tem algo nesse sentido? Acho que é o suficiente, né? Eu agradeço quem botou Pix na minha conta. Não poderia fazer isso aí. Ele está lá com a esposa e dois filhos pequenos, né? Um garoto de 2 anos, inclusive. E eu, como pai, ajudei. Agora, aí causou um certo furor junto a algumas pessoas pelo Brasil, né? Que eu não poderia fazer isso aí. O dinheiro é meu, não é, não é dinheiro de caixa dois, não é dinheiro de corrupção.
Presidente, o senhor tem o costume de ter, de consumir o dinheiro vivo? 14.000 dólares foram apreendidos. Mas qual o problema eu ter U$14.000 em casa? Todo o dólar que está lá, quando guarda dólar em casa, faz questão de anexar o recibo do Banco do Brasil, tá OK? Esse dinheiro também tinha um recibo, todo tem recibo, tá? E outra, dinheiro tirado da conta, novinho, estou sempre sacando no Banco do Brasil aqui do lado.
Como vai ser a programação da tarde do senhor? Vamos continuar a vida normal, né? Eu não estou surpreso com essa, com o que aconteceu isso hoje lá. Não estou surpreso, porque a perseguição continua. Leiam a peça, são 500 páginas. Leiam a peça, não tem nada. Repito aqui, eu acho que eu estou repetindo aqui. O relatório da Polícia Federal, o inquérito da Polícia Federal não me bota no 8 de Janeiro. Daí o Gonet me bota, eu estou respondendo por dano a patrimônio. Eu estava nos Estados Unidos, acho que ninguém tem dúvida disso. Como é que eu posso ter quebrado alguma coisa, danificado alguma coisa? Eu estava nos Estados Unidos.
Você não poderia ter pedido para o pessoal não fazer isso?
Bolsonaro: Quem? Eu não. Olha, olha. O GSI sabia do dia 2 de janeiro. Tanto é que a ABIN mandou mais de 30 mensagens para o GSI dizendo que poderia ter manifestações violentas. Quando eu saí, os acampamentos praticamente deixaram de existir. Foi murchando de Brasília até quarta-feira. Daí quinta começaram a convocar as pessoas. Na madrugada de domingo, tinha aproximadamente 100 ônibus na região do acampamento. Por que que não pegaram a placa desses ônibus? Agora, o que foi feito? Por que que o Flávio Dino sumiu com 190 câmeras? O que provaria que o quebra-quebra foi feito antes do pessoal do acampamento chegar? Não é esquisito isso? E ele vai me julgar? Ele vai me julgar? O senhor Alexandre de Moraes vai me julgar?
O senhor está pronto para uma prisão? Eu sempre sonho com justiça, tá. Agora o que tem acontecido nesses inquéritos? Arbitrariedades.
Presidente, o que pode acontecer caso Eduardo não volte? Ele pode concorrer por procuração. Pode ser o senador mais votado em São Paulo. Como a Michele aqui, com o Bruno Shide, que é meu amigo também lá em Rondônia, como a Carol de Tony e o Carlos Bolsonaro em Santa Catarina.
O senhor acredita que ele, fora do país, não sai do cenário dessa forma? Ele não vai sair do cenário. Ele não vai sair. Agora, quanta gente boa fora do Brasil? Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo, o Alan dos Santos… Perseguido por opinião, por palavra. Vocês já viram uma colega de vocês agora no Rio Grande do Sul, uma multa aí absurda e mais prisão, porque ela divulgou o rendimento de uma procuradora da justiça… Isso é democracia? Agora, o que o Trump sempre frisa, né, já que falaram aqui, é a liberdade de expressão, emenda número um dos Estados Unidos. E aqui… Tem processo nos Estados Unidos contra o Alexandre de Moraes, dado abusos, ordens secretas de abuso. O que aconteceu nas eleições de 22? Pesou a mão pro Lula. Eu não podia fazer live do Alvorada. Eu não podia mostrar imagem do Lula defendendo o aborto, defendendo o ladrão de celular. Eu não podia mostrar imagem do 7 de Setembro, imagem minha na ONU. Agora, por outro lado, podiam me chamar de genocida sem problema nenhum. Me chamaram até de pedófilo, sem problema nenhum. E, na reta final, perdemos 15 milhões e meio de inserções de rádio do Nordeste, no momento que o outro lado dizia que eu ia acabar com o 13ª, fundo de garantia, extra. Foi pesado o trabalho do TSE contra a minha candidatura e favorável a outra. Imagine o “missão dada, missão cumprida”, hein? Se pudesse fazer o inquérito em cima do “missão dada e missão cumprida”, que missão foi essa? Resoluções entre março e eleição não pode ter resolução ou se tiver não tem validade para aquelas eleições. Foram três resoluções, tudo para derrubar a página, atacar a direita. Lembra dos empresários golpistas? Um entrou no inquérito que deu o emoji. O objetivo ali foi tirar o Luciano Hang. Tinha 10 milhões de seguidores, tirar do processo eleitoral. Luciano Hang está inelegível. Por que que está inelegível? Não era candidato a nada. A perseguição é sem fim. E agora a suprema humilhação. Tornozeleira, tem que ficar em casa. Não posso falar com o meu filho. Eu nunca vi isso. Eu não posso falar com um filho meu que não é bandido, não é criminoso. A mensagem que chega aos Estados Unidos é que o parlamento americano é um parlamento criminoso, porque meu filho tem contato com eles e conversa com eles e está lá lutando por liberdade. Um garoto inteligente, policial federal, em 2018, mais votado na história do Brasil, teve que se auto-refugiar, porque quando ele foi para lá na época do carnaval, aqui o [senador] Lindbergh Faria buscou aí caçar o passaporte dele e o Alexandre de Moraes passou para o procurador em cinco dias, no 18ª dia, o meu filho… Ele falou: ‘pai, estão esperando eu voltar para dar o despacho, não vou voltar’. Ele falou, e horas depois o Gonet pediu o arquivamento e, horas depois, no mesmo dia, o ministro Moraes arquivou. É perseguição ou não é? Qual foi meu crime? Qual a minha ponte? Cadê a minuta? Não tem minuta, não tem nada. Eu não posso conversar com ministros, com chefe de Forças Armadas sobre dispositivos constitucionais. O GLO ficou 4 anos na minha cabeça, garantia da lei da ordem. Foi decretada alguma GLO em Brasília? Não foi? Ah, você pensou, conversou? Crime de opinião, liberdade de expressão. Repito, quando nós peticionamos o TSE, logo depois das eleições, foi indeferido e uma multa de R$22 milhões de reais. Alguém tomou conhecimento que alguém peticionar num processo que um juiz, ele foi multado? Alguém tem conhecimento disso? 22 milhões. Tinha mais petições, falei: “não vamos entrar”. Por que não vamos entrar? Pode passar para 200 milhões, pode até caçar o registro do partido. Eu perguntei: “Dentro das quatro linhas que a gente pode fazer, vamos conversar?” E fomos conversar e falamos de sítio de defesa. Qual o problema? Não foi dado um passo? Quando você fala em sítio de defesa, o primeiro passo é convocar os conselhos. Alguém convocou os conselhos? Quando você fala em sítio, após conversar, convocar os conselhos, você manda uma mensagem ao parlamento pedindo autorização para o decreto. Algo foi feito? Não houve nem… nada, nada. E do que nos acusam, não apresentam provas. Algo foi assinado? Nada foi assinado. Eu fiquei feliz com a derrota? Não. Vi a mão pesada do TSE. Vamos buscar uma maneira e nós questionarmos dentro das quatro linhas o que aconteceu. Mas a arbitrariedade do TSE é enorme.
Como é que está a saúde do senhor? O senhor acha que tem algum problema de ficar na cadeia? Você está falando em cadeia o tempo todo, cara. Você vai me visitar lá? É uma injustiça, um julgamento político.
E a saúde do senhor como é que está? Estou com 70 anos e tem o reflexo da facada. É só isso. Só isso.
O senhor considera que a eleição do presidente [Lula] é legítima? Olha, eu questionei o TSE e não tive resposta. Em 2014, o Aécio Neves pediu uma auditoria externa. A conclusão da auditoria externa foi que as urnas são inauditáveis. Não fale em fraude. Esqueça a palavra fraude. Qualquer dispositivo eletrônico pode falhar, qualquer um. Se não fosse assim, um avião podia decolar e pousar sem piloto. Vira e mexe, você vê hackers invadindo o Banco Central, fazendo estrago, né? Desviaram R$1 bilhão do Banco Central agora há pouco.