Lula, presidente do Brasil. Foto: Ricardo Stuckert

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), aponta sinais de recuperação na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com melhora significativa entre eleitores de classe média, especialmente os que podem ser impactados pelo “tarifaço” anunciado por Donald Trump e os beneficiados pela proposta de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.

A desaprovação ao governo caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43% em comparação com o levantamento de 4 de junho.

Apesar de as variações estarem dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, a distância entre os dois indicadores caiu de 17 para 10 pontos. Segundo os responsáveis pelo levantamento, isso pode sinalizar uma reversão real de tendência, com recuperação da imagem do governo em segmentos estratégicos. O instituto ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre 10 e 14 de julho, e o índice de confiança é de 95%.

Entre os recortes por renda, a melhora mais evidente foi na faixa de dois a cinco salários mínimos. Nesse grupo, a aprovação subiu de 39% para 43%, enquanto a desaprovação caiu de 58% para 52%.

Já entre os brasileiros que recebem até dois salários mínimos, os números ficaram estáveis: 46% aprovam o governo, e 49% desaprovam. A sensibilidade da classe média às pautas econômicas do governo se confirma também entre os eleitores com ensino superior completo, onde a percepção positiva aumentou mais do que nos grupos com menor escolaridade.

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Outro destaque foi a reação entre mulheres. A aprovação do governo passou de 42% para 46%, enquanto a desaprovação caiu de 54% para 49%. Já entre os homens, os números permaneceram praticamente inalterados, com 39% de aprovação e 58% de rejeição.

A maior mudança também foi percebida na faixa etária intermediária, entre 35 e 59 anos, que mostrou maior variação nos índices, enquanto o grupo mais jovem, de 16 a 34 anos, manteve avaliações semelhantes às registradas em junho.

Regionalmente, Lula ganhou terreno no Sudeste, onde concentra-se a maior parte do eleitorado, mas ainda enfrenta números desfavoráveis. Na região, 56% dos entrevistados desaprovam o governo, ante 40% que aprovam. No Nordeste, reduto histórico do PT, não houve variações significativas.

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A pesquisa mostra que o governo mantém ali seu melhor desempenho, mas não conseguiu reverter a perda de vantagem registrada ao longo dos últimos meses.

O segmento religioso continua sendo um desafio para o presidente. Entre os evangélicos, a rejeição ao governo subiu três pontos e atingiu 69%, mesmo com os esforços de articulação da primeira-dama Janja da Silva e de ministros do governo.

Já entre os católicos, a tendência foi oposta: a aprovação subiu seis pontos e chegou a 51%, enquanto a desaprovação recuou oito pontos, ficando em 45%. O contraste entre os dois grupos indica que o Planalto ainda não conseguiu estabelecer uma comunicação efetiva com a base evangélica, que foi majoritariamente bolsonarista nas últimas eleições.

 

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Last Update: 16/07/2025