O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) publicou relatório expondo 48 empresas como cúmplices do genocídio em Gaza, uma das quais é a Petrobrás.

O relatório “investiga a maquinaria corporativa que sustenta o projeto colonial israelense de deslocamento e substituição dos palestinos no território ocupado”. A investigação é liderada pela relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese. Ela está sendo perseguida pelo imperialismo por denunciar o genocídio em Gaza, conforme já noticiado por este Diário.

Sobre o fornecimento de petróleo bruto a “Israel” (e às forças israelenses de ocupação), o relatório começa informando que os monopólios imperialistas British Petroleum (BP) e a Chevron “são as maiores contribuintes para as importações israelenses de petróleo bruto, como principais proprietárias do oleoduto estratégico Azeri Baku-Tbilisi-Ceyhan e do Consórcio Cazaque de Oleodutos Caspian, respectivamente, e de seus campos de petróleo associados”.

O relatório acrescenta que “cada conglomerado forneceu efetivamente 8% do petróleo bruto israelense entre outubro de 2023 e julho de 2024, suplementado por embarques de petróleo bruto de campos de petróleo brasileiros, nos quais a Petrobrás detém as maiores participações, e combustível de aviação militar” [grifos nossos].

Dando mais detalhes sobre o destino do petróleo brasileiro, no relatório consta que “o petróleo dessas empresas abastece duas refinarias em Israel. A partir da refinaria de Haifa, duas empresas listadas no banco de dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) distribuem combustível para seus postos em todo o território israelense e também nos territórios palestinos ocupados, incluindo os assentamentos e as forças armadas, por meio de contratos concedidos pelo governo [idem]

O relatório acrescenta que, “a partir da refinaria de Ashdod, uma subsidiária da empresa Paz Retail and Energy Ltd., também listada no banco de dados do ACNUDH, fornece combustível de aviação para a Força Aérea Israelense que atua em Gaza” [idem].

Em suma, a Petrobrás está financiando diretamente as forças israelenses de ocupação e os assentamentos sionistas na Cisjordânia, milícias fascistas do sionismo. Consequentemente, está financiando diretamente o genocídio contra o povo palestino de Gaza e da Cisjordânia.

A venda de petróleo brasileiro para “Israel” aumentou em 51% entre 2023 e 2024 (justamente após o início da guerra genocida contra Gaza), conforme dados oficiais disponibilizados no relatório anual de 2025 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em comparação, no mesmo período, a venda de petróleo brasileiro para outros países aumentou apenas 9%.

Comentando sobre o relatório que expõe a Petrobrás como financiadora do genocídio, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou “segundo dados do próprio ComexStat, somente em 2024, durante o genocídio em Gaza, o Brasil exportou o equivalente a US$215.890.164,00 de petróleo bruto a Israel, equivalentes a 2,7 milhões de barris, aproximadamente 3,3% do consumo anual de petróleo do país”. O ComexStat é um portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil.

A FUP também expôs como a Petrobrás está nas mãos do imperialismo, que rouba o petróleo brasileiro para dar para “Israel”:

“Segundo levantamento feito pelo Dieese/FUP, em maio de 2025 o Brasil produziu, em média, 4,76 milhões de barris de petróleo e gás natural por dia. A Petrobrás, como operadora, foi responsável por 4,25 milhões/dia (89% da produção nacional), sendo que apenas 2,9 milhões/dia ficaram com a estatal, já que o restante foi apropriado pelas empresas parceiras nos consórcios que operam os campos petrolíferos”, informou a FUP.

Em publicação em sua página da rede X, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), denunciou a cumplicidade da Petrobrás no genocídio do povo palestino.

Em referência à recente campanha do governo Lula pela soberania brasileira, em resposta à tarifa de Donald Trump, o dirigente do PCO criticou que “não basta falar em ‘soberania’ como retórica eleitoral, é preciso ser, de fato, independente do imperialismo”, apontando que “o governo brasileiro deve cessar imediatamente toda ajuda ao genocídio em Gaza e romper relações com o pseudo estado sionista tanto comercias como diplomáticas”.

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Last Update: 15/07/2025