A reunião da XVII cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, demonstrou, claramente, o protagonismo e liderança exercidos pelo Brasil no cenário internacional, ao evocar a premência da reorganização geopolítica mundial, por meio da construção de consensos de governança global: responsável, solidária, sustentável, multilateral e pacífica.
Neste sentido, a resposta de Trump consistiu em retaliar com aumento de tarifas de importação os países daquelas lideranças mundiais que colocam em marcha irreversível a configuração de um planeta que promova o desenvolvimento mútuo dos povos.
Ao Brasil coube uma penalidade maior. 50% de aumento na tarifa dos produtos norte-americanos.E claro está que isto se deu, em função da liderança brasileira para a emergência de um mundo liberto da hegemonia americana.
Inclusive, muito acertadamente, o presidente Lula, questionou a legitimidade do dólar como moeda dominante nas relações comerciais internacionais propondo que as transações, entre os países, possam ser feitas em moeda local e em dólar apenas quando a negociação for feita diretamente com os Estados Unidos.
A atitude dos países do BRICS e, particularmente, do Brasil, em aceitar novos membros no grupo e que, inclusive, propõem alterações para melhorar a representatividade dos países no interior de organismos internacionais, como por exemplo, a ONU, constituem condutas reprováveis aos olhos de Donald Trump, que não aceita a intenção de afastamento destes países da esfera de influência dos Estados Unidos, uma vez que, isto pode conduzir a um enfraquecimento ou mesmo ao fim do domínio americano no planeta.
Daí porque, a guerra comercial encampada por Trump tem o objetivo de extrair mais superavit nas relações comerciais, bem como tem também o sentido de buscar lembrar aos povos, que esta taxação imposta ocorre como expressão do poder norte-americano no mundo e que para proteger seus interesses enquanto nação fará uso de incursões militares, quando necessário.
Ocorre que, Donald Trump, é um autoritário incorrigível e foi ainda mais detestável no trato com o Brasil; não bastasse impor 50% de taxa de importação aos produtos norte-americanos, deu-se ao luxo de exigir a interrupção do processo contra Bolsonaro.
Ou seja, Donald Trump, ao mencionar um assunto doméstico do Brasil, pretende praticar ingerência em questão que não lhe compete e faz isto à luz do dia, como se fosse algo absolutamente normal, por meio de carta que sequer seguiu o trâmite oficial de endereçamento às autoridades brasileiras demonstrando,assim, o mais completo desrespeito pelas instituições do Brasil.
Por isso, muito oportuna e ágil, a declaração de Lula, de que poderá haver a aplicação da lei da reciprocidade econômica para compensar a taxação de Trump, que as instituições e soberania do Brasil devem se respeitadas e que não será admitida tutela de quem quer que seja devendo, então, Donald Trump saber que, no que se refere ao golpe de Estado tramado, o Brasil tem lei e, aqui,ninguém está acima dela.
Que ousadia esta? a de Donald Trump.Que audácia autoritária é esta? Quem Donald pensa que é ? para intervir em questões internas do Brasil.
Presidente dos Estados Unidos? E daí? Desde quando isto lhe confere carta branca para apitar em quintal alheio?.
Sinceramente, este xilique autoritário de Donald Trump, apenas exibe seu desconcerto ao constatar que o Brasil, em conjunto com outros países, neste grupo denominado BRICS, não aceitam mais subordinação aos interesses da potência americana e que um mundo inclusivo e de paz é possível e necessário.
Donald Trump segue a sua saga de infernizar o planeta. Enquanto, em seu país promoveu uma verdadeira caça às bruxas aos imigrantes no mundo pousa de xerife.
Donald Trump não tem limites. Em seu país invadiu o Capitólio desrespeitando a decisao das urnas e agora, busca invadir a soberania dos povos.
Mas, embora tais práticas hostis aparentem exibir força, o fato é que, estas práticas de Trump exibem o temor típico daqueles dominadores que pressentem que a glória de seu prestígio e força, aos poucos, iniciam uma queda irreversível.
E no desespero para prolongar a fantasia de um domínio inesgotável lança, então, o opressor todas as modalidades possíveis de coerção, desde as arbitrariedades econômicas até as monstruosidades das ações militares celebradas com taças de sangue.
Mas, por mais que Donald Trump tente incendiar o mundo com sua voracidade de poder em defesa dos empresários da indústria armamentista; por mais que Donald Trump e estes empresários procurem arrastar o mundo para uma nova guerra mundial, há de se considerar que, por outro lado, há estadistas, e entre eles, Lula, com capital político suficiente, projeção planetária inquestionável e respeitabilidade mundial reconhecida, e que amparando-se na diplomacia e no reconhecimento de autonomia dos povos, desde já, almejam, em conjunto, e por meio do diálogo altruísta e democrático, cooperarem para a emergência de um mundo: inclusivo, pacífico e justo, que virá com luta e esperança em um futuro melhor.
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro