Nesta segunda-feira (7), as forças militares da ocupação israelense atacaram uma multidão de palestinos famintos que aguardavam ajuda humanitária. Segundo o Al Mayadeen o ataque criminoso e brutal aéreo matou 16 civis, incluindo 10 crianças, enquanto pais desesperados faziam fila para receber suplementos nutricionais para seus filhos.
O ataque israelense teria ocorrido perto da lavanderia al-Bashir, nas proximidades do cruzamento de al-Zuwari, onde mães e crianças se reuniam na esperança de garantir comida para sobreviver. Para o jornal libanês testemunhas descreveram o que viram: corpos sem vida espalhados pela rua, muitos deles crianças pequenas. Existem várias imagens de mais essa barbaridade ocasionada pelos sionistas circulando na imprensa local e nas redes.
Segundo informações no oeste de Khan Younis, praticamente ao mesmo tempo que exterminavam famintos, tanques israelenses abriram fogo contra tendas que abrigavam famílias deslocadas à força na área de al-Maslakh. No leste da cidade de Gaza outro ataque acontecia. Disparos de metralhadoras pesadas de veículos militares israelenses foram registrados no bairro de al-Tuffah. Tanto no leste como no sul, as forças israelenses também realizaram demolições generalizadas, explodindo blocos residenciais e reduzindo casas palestinas a escombros.
Na quarta-feira (9) o Ministério da Saúde de Gaza informou que 105 palestinos foram mortos e outros 530 ficaram feridos nas últimas 24 horas em consequência dos bombardeios israelenses contínuos na Faixa de Gaza. Conforme as equipes de resgate, várias outras pessoas permanecem presas sob os escombros ou jazem nas ruas, inacessíveis a paramédicos e equipes de defesa civil devido à intensidade dos ataques.
O relatório do Ministério da Saúde ao qual o Al Mayadeen teve acesso mostra que entre as vítimas havia sete mártires e mais de 57 feridos resultantes de ataques a solicitantes de ajuda, elevando o número total de “Mártires do Pão” para 773 mártires e mais de 5.101 feridos. O número total de mortos e feridos registrado até o momento chegou a impressionantes 57.680 mártires e 137.409 feridos. Somente de 18 de março de 2025 até o presente, o Ministério da Saúde registrou 7.118 mártires e 25.368 feridos.
Os ataques sistemáticos de hospitais, na infraestrutura, nas ruas, casas, a não permissão de entrada de combustíveis, de ajuda humanitária, tem gerado além de quedas sistemáticas de energia a paralisação de vários tratamentos médicos em hospitais que ainda operam com o mínimo possível para salvar vidas. Segundo autoridades de saúde, mais de 400 pacientes de diálise, quase 40% da comunidade de diálise de Gaza, já morreram desde o início da guerra.
Já na Cisjordânia ocupada continua o deslocamento forçado de dezenas de milhares de palestinos. As forças de ocupação sionista estão demolindo casas no campo de refugiados de Tulkarm. O pai de seis filhos, de 51 anos, Mahmoud Lutfi, falou à Reuters sobre a situação insustentável que os palestinos estão passando. Lutfi disse que foram despejados ainda em janeiro e que a maioria das pessoas fugiu sem nada. “Se você tentar voltar para pegar suas coisas, corre o risco de ser baleado ou preso.”
Segundo o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem mais de 40.000 palestinos foram deslocados à força somente em 2024. Shai Barnes, diretor de comunicações da B’Tselem, alertou que “Israel” está replicando as táticas usadas em Gaza, destruição em larga escala de casas e infraestrutura civil, e deslocamento forçado de civis de zonas de combate designadas.
De acordo com o jornal libanês o governador de Tulkarm, Abdullah Kamil, disse que as demolições aumentaram nas últimas semanas, com 106 casas e 104 outros edifícios destruídos nos campos de Tulkarm e Nur Shams. “O que está acontecendo em Tulkarm é um crime contínuo motivado por uma decisão política de ‘Israel’. Isso não tem nada a ver com segurança”, afirmou Kamil.