O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras aumentou 10,1% em maio em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) destacou um crescimento disseminado, com a indústria subindo 12,6% e o comércio 9,4%.

No acumulado do ano, o crescimento é de 13,5% em relação ao mesmo período de 2023.

Contexto econômico

“Desde meados de 2023, a renda e o consumo das famílias vêm aumentando, e o mercado de trabalho se mostra robusto, com desemprego abaixo de 8% e aumento do rendimento médio real dos trabalhadores”, explica Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

Desempenho setorial

Na indústria, destacam-se os setores de fabricação de móveis, preparação de couros e fabricação de artigos de couro, e metalurgia.

O comércio iniciou uma recuperação após um 2023 desafiador, puxado pelo comércio e reparação de veículos (21,5% de crescimento em maio) e pelo atacado (11,1%).

Varejo

O varejo registrou um aumento modesto de 1,6% em maio. Segmentos ligados ao Dia das Mães, como vestuário, joalheria e calçados, tiveram queda em relação a maio de 2023.

Entretanto, setores como cosméticos, produtos alimentícios e materiais para construção mostraram crescimento no faturamento.

Setor de serviços

As PMEs do setor de serviços mantiveram bom desempenho, com um crescimento de 6,7% em maio. “Os avanços nos segmentos de atividades financeiras e de seguros, agências de viagem e turismo, serviços de escritório e atividades veterinárias foram determinantes”, comenta Beraldi.

Infraestrutura

No setor de infraestrutura, houve um crescimento de 6,4% em maio, com destaque para serviços especializados para construção e coleta, tratamento e disposição de resíduos.

Perspectivas e desafios

Apesar dos resultados positivos, Beraldi alerta para possíveis desafios no curto prazo. “Espera-se um impulso menor da expansão da renda, e as PMEs podem voltar a depender mais do crédito. Contudo, o espaço para cortes expressivos de juros pelo Banco Central é limitado, dada a expectativa de inflação.

A taxa Selic está atualmente em 10,5%, ainda considerada pouco estimulante para a economia real.”

Beraldi também menciona os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Dados do IODE-PMEs mostram uma queda média de 10% no faturamento das PMEs gaúchas em maio, comparado ao primeiro quadrimestre do ano.

Sobre o IODE-PMEs

O IODE-PMEs acompanha as atividades econômicas das PMEs brasileiras com faturamento de até R$50 milhões anuais.

Desenvolvido pela Omie, o índice analisa dados financeiros de mais de 150 mil clientes, cobrindo 678 atividades econômicas.

Os dados são ajustados com base no IGP-M para expurgar efeitos inflacionários, permitindo uma análise real da evolução das movimentações financeiras.

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Última Atualização: 09/07/2024