Em sua manchete, o site do Le Monde disse que o presidente Emmanuel Macron busca uma coalizão impossível. A ausência de maioria no plenário torna a equação ainda mais complexa do que antes da dissolução. O bloco do presidente já está dividido entre partidários de um acordo com a esquerda e outros com a direita.
Os líderes da Nova Frente Popular de esquerda, coligação de socialistas, ecologistas, comunistas e deputados da França Insubmissa, vencedores do segundo turno das legislativas, seguem negociando a portas fechadas e garantem que irão indicar até o fim da semana o nome de um potencial primeiro-ministro.
A lógica seria que Macron respeitasse o resultado das urnas e deixasse a esquerda assumir um governo de coabitação, segundo a maioria dos analistas políticos, contando que sem maioria na Assembleia, o bloco progressista enfrentaria rapidamente uma moção de censura.
O problema é que industriais e pequenas e médias empresas temem a rápida adoção de medidas por decreto e outros recursos jurídicos já prometidos pela esquerda, como um aumento do salário mínimo e do funcionalismo, o adiamento de aplicação de pontos da reforma das aposentadorias, entre outros pontos do programa, que aprofundariam o déficit público francês, com repercussões na zona do euro, aponta o jornal Les Echos.
O Libération mostra que enquanto a esquerda segue dividida internamente pela insistência de Jean-Luc Mélenchon em ser indicado para primeiro-ministro, o ex-primeiro-ministro de direita Jean-Pierre Raffarin sugere uma coalizão parlamentar do bloco centrista de Macron com cerca de 60 deputados de direita eleitos no domingo (7).
Na melhor das hipóteses, esse bloco central teria 226 parlamentares, número ainda distante da maioria absoluta de 289 cadeiras na Assembleia. Os 577 deputados eleitos já negociam os cargos nas comissões da Assembleia e tentam evitar que a extrema direita e aliados, à frente de uma bancada de 143 deputados, conquiste postos de direção.
A legenda nacionalista Reunião Nacional, de Marine Le Pen, apesar de ter encerrado a disputa em terceiro lugar, tornou-se o primeiro partido do país tanto em número de parlamentares eleitos sob a mesma sigla quanto em número de votos recebidos – pouco mais de 10,6 milhões.
Neste cenário nebuloso, Macron manteve o primeiro-ministro Gabriel Attal na chefia do governo, depois dele apresentar sua demissão na segunda-feira. O chefe de Estado viaja nesta terça-feira para os Estados Unidos, para participar da cúpula da Otan em Washington.
Originalmente publicado na RFI
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