Na expectativa de ampliar a participação popular e influenciar nos debates, a Cúpula dos Povos promete mobilizar mais de 15 mil pessoas para participarem de eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém (PA), em novembro deste ano.

A Cúpula dos Povos congrega cerca de 700 organizações sociais e populares de todo o mundo.

“Nossa compreensão passa para além de termos acesso a credenciais para atuarmos no espaço dos acessos oficiais da COP30. Aspiramos sermos escutados e levados a sérios no apontamento das verdadeiras, necessárias e urgentes soluções frente à crise climática”, diz Ayala Ferreira, que faz parte da organização da Cúpula dos Povos.

Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Ayala diz que, entre 12 a 16 de novembro, cerca de 700 organizações sociais estarão reunidas em eventos na Universidade Federal do Pará (UFPA) no período do COP30.

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São entidades dos movimentos de mulheres, povos indígenas, quilombolas, juventude, trabalhadores, pescadores, afetados por grandes projetos hidrelétricos, minerários, pastorais sociais, ambientalistas, povos de terreiros, organizações não governamentais e movimentos sindicais.

Apesar da diversidade, a coordenadora diz que esse movimento está unificado e tem uma leitura comum de mundo.

“É marcada pela compreensão de que nós vivemos uma gravidade do momento atual, que é de múltiplas crises, incluso a crise ambiental”, destaca.

Crises

De acordo com a Cúpula dos Povos, essas crises têm origem na lógica “insana de desenvolvimento do sistema capitalista, que tem mercantilizado todas as formas de vida no planeta”.

“A responsabilidade, portanto, é daqueles que defendem o desenvolvimento de um sistema baseado na superexploração das pessoas e da natureza, em que todas as formas de vida existentes em nosso planeta devem produzir lucros extraordinários, para beneficiar, lamentavelmente, um grupo cada vez menor e seleto no planeta Terra”, critica a coordenadora.

Dessa forma, o movimento internacional vai levantar bandeiras na COP30 como desmatamento zero da Amazônia; recuperação das áreas degradadas por meio do plantio de árvores; produção de alimentos diversos e saudáveis, livres de agrotóxicos, que é um dos causadores dos efeitos do aquecimento global.

 “Passa pelo reconhecimento de territórios tradicionais e de práticas que esses territórios têm desenvolvido. Passa pela democratização do acesso à terra. Se queremos resolver o problema do aquecimento global, garantimos que os trabalhadores e as trabalhadoras possam, sim, ter acesso à terra”, defende Ayala.

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Last Update: 07/07/2025