O mercado financeiro inicia a semana com um tom mais otimista, refletindo a melhora nas expectativas para indicadores econômicos cruciais do Brasil em 2025. As projeções para a inflação, o Produto Interno Bruto (PIB) e a solidez fiscal do setor público brasileiro foram reajustadas para melhor, indicando um cenário mais favorável para a economia do país.

Inflação em queda e PIB em alta

De acordo com o Boletim Focus, que agrega as expectativas de mercado através de entrevistas com operadores, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), indicador do IBGE, deverá fechar 2025 em 5,18%. Este valor representa uma queda significativa em relação aos 5,44% projetados há apenas quatro semanas. Essa revisão para baixo da inflação é um sinal positivo para o poder de compra das famílias e para a estabilidade econômica.

Paralelamente, as previsões para o PIB, que mede o crescimento econômico, também foram revisadas para melhor. A expectativa atual é de um crescimento de 2,23% para 2025. Há uma semana, a previsão era de 2,21%, e há quatro semanas, de 2,18%. Essa trajetória ascendente nas projeções do PIB sugere uma atividade econômica mais robusta do que o inicialmente esperado.

Melhoria nas contas públicas

Além da inflação e do PIB, outros indicadores importantes das contas públicas também apresentaram melhora nas expectativas. O mercado agora prevê um resultado primário de -0,57% do PIB para 2025. Este número é mais favorável do que os -0,59% projetados há uma semana e os -0,60% de quatro semanas atrás.

O resultado nominal do PIB, por sua vez, também mostra uma trajetória de melhora. Os operadores de mercado entrevistados pelo Banco Central preveem um resultado nominal de -8,70% do PIB para este ano. Há uma semana, a projeção era de -8,83%, e há quatro semanas, de -8,98%.

É crucial enfatizar a importância da melhora nas projeções do resultado nominal. Embora o resultado primário seja um indicador fundamental da saúde fiscal, o resultado nominal, que inclui o impacto dos juros da dívida pública, é frequentemente utilizado por alguns economistas para argumentar sobre a sustentabilidade fiscal. A previsão de resultados nominais menores, mesmo com a atual taxa de juros, demonstra que o governo brasileiro está conseguindo ancorar expectativas mais otimistas em relação à sua capacidade de gerenciar as contas públicas. Essa tendência de queda gradual do resultado nominal, que se estende para 2026 (-8,50% do PIB), 2027 (-8,30% do PIB) e 2028 (-8,60% do PIB), descontrói narrativas de crise fiscal e aponta para uma estabilidade fiscal cada vez mais sólida.

Histórico de revisões

É importante ressaltar que as projeções do Boletim Focus são elaboradas por operadores de mercado que, historicamente, tendem a ser mais conservadores em suas estimativas. O governo, por vezes, apresenta números mais otimistas. Além disso, o mercado tem demonstrado um padrão de errar sistematicamente para pior, ou seja, as previsões iniciais muitas vezes subestimam o desempenho real da economia brasileira. Isso sugere que os números atuais, já otimistas, podem ser ainda melhores na prática.

A melhora nas projeções para o resultado primário em anos futuros, como a revisão para 2028, que passou de -0,21% para -0,10% do PIB, reforça essa perspectiva. Embora prever cenários para 2028 seja um desafio, o fato de o mercado estar ancorando suas expectativas futuras com mais otimismo é um sinal encorajador. Essa postura mais positiva descontrói a narrativa de uma crise fiscal iminente e valida os esforços de consolidação fiscal do país.

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Last Update: 07/07/2025