O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva combinou uma linha de defesa “generalizada” e sem muitos detalhes sobre o inquérito das joias com seu ex-advogado, Eduardo Silva. Em mensagem enviada no dia 7 de março, quatro dias depois de o caso ser revelado na imprensa, o ex-mandatário e seu defensor trocaram mensagens sobre o caso.
“Presidente, a nota como está, ela não nos engessa pra nada. Tem abertura pra gente falar de qualquer pauta, mudar de estratégia a qualquer momento porque é uma nota geral, generalizada sem especificar com detalhe”, escreveu Silva na ocasião.
Na ocasião, Silva ainda disse que queria ser creditado na nota pública como “advogado do presidente Luís Inácio Lula da Silva”. A ideia, de acordo com o advogado, era fazer um posicionamento vago e dizer que “não há ilegalidade” no caso.
“Se a gente der muito detalhe se amarra, se prende àquilo. Então, tem que ser exatamente nesse molde, bem por cima, deixando claro a seguinte mensagem ao povo: Não há ilegalidade! Não fizemos nada errado! O presidente agiu dentro da lei! E estão distorcendo! Ponto! Só pra ter uma outra palavra pra tirar o que eles vão fazer de maldade contra você”, prosseguiu.
Lula pediu ajustes no texto e Silva encaminhou a ele o texto com a manifestação que seria divulgada à imprensa. “Veja agora e aprove”, escreveu. Na sequência, o ex-presidente ligou para o advogado, mas o conteúdo da conversa não foi revelado.
A nota que acabou sendo divulgada na ocasião diz que Lula “agiu dentro da lei” e “declarou oficialmente os bens de caráter personalíssimo”. O comunicado ainda diz que ele é alvo de uma “verdadeira perseguição política” e que não existe “qualquer irregularidade em suas condutas”.