O Banco do Brics aprovou 29 projetos no Brasil, com foco em energia limpa, transporte e inovação, somando US$ 7 bilhões em uma nova estratégia de futuro
O Rio de Janeiro foi cenário, neste sábado (5), de um anúncio que pode transformar o futuro da infraestrutura e do desenvolvimento sustentável no Brasil. Durante um encontro promovido pelos BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), Dilma Rousseff, revelou a aprovação de 29 projetos estratégicos para o país, com investimentos que somam impressionantes US$ 7 bilhões.
O NBD, também conhecido como Banco do BRICS, tem direcionado esforços para financiar iniciativas que fortaleçam setores essenciais da economia brasileira. “O conselho de diretores aprovou 29 projetos para o Brasil, totalizando US$ 7 bilhões”, afirmou Dilma, durante o evento. Ela destacou ainda que “o total de desembolso já alcançou R$ 4 bilhões, representando 18% do total liberado pelo banco”.
Atualmente, o portfólio ativo do NBD no Brasil chega a R$ 2,3 bilhões, aplicados em áreas como:
- Energia limpa
- Transporte sustentável
- Saneamento básico
- Inovação tecnológica
Esses investimentos refletem uma estratégia clara: alavancar um crescimento econômico que seja, ao mesmo tempo, robusto e inclusivo.
Expansão e fortalecimento do Sul Global
Além dos projetos brasileiros, Dilma ressaltou que o banco está empenhado em ampliar sua base de membros de forma estratégica. O objetivo é consolidar o NBD como uma instituição representativa do chamado Sul Global — termo que abrange nações em desenvolvimento em busca de maior autonomia no cenário internacional.
Outra prioridade é a diversificação das fontes de financiamento, com captação em moedas locais para reduzir a dependência do dólar e minimizar os impactos das oscilações cambiais. “Estamos buscando maior liquidez e condições mais favoráveis para os países membros”, explicou Dilma, reforçando o papel do banco como um aliado anticíclico em meio às incertezas da economia global.
A escolha da capital fluminense para sediar o evento não foi por acaso. O Rio tem se consolidado como um hub de diálogo internacional, atraindo discussões que moldam o futuro da cooperação entre países emergentes. O anúncio feito por Dilma não só consolida o Brasil como um ator-chave nessas relações, mas também evidencia a importância das parcerias Sul-Sul — baseadas em soberania, desenvolvimento autônomo e colaboração horizontal.
Um novo caminho para o desenvolvimento
Esta nova fase do NBD vai além dos números. Ela representa uma mudança de paradigma na cooperação internacional, priorizando justiça, equidade e independência geopolítica. Para o Brasil, significa acesso a recursos e parcerias que reduzem a dependência de instituições tradicionais, predominantemente sediadas no Norte global.
Em um mundo marcado por instabilidade econômica, crise climática e tensões geopolíticas, o fortalecimento do Banco do BRICS surge como uma alternativa viável — e necessária — para nações que buscam um futuro mais justo e multipolar.
O Brasil, com sua capacidade de articulação e agora com investimentos bilionários em jogo, está pronto para escrever um novo capítulo nessa história.