O governo federal prevê o financiamento, até 2026, de três milhões de imóveis pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), principal motor do mercado imobiliário e grande responsável pela expansão de projetos de habitação no setor da construção civil. Nos três primeiros meses de 2025, praticamente metade dos empreendimentos lançados e de venda de imóveis novos no país contaram com os incentivos do programa. Além de realizar o sonho da casa própria de milhões de brasileiros, o MCMV gera milhares de empregos.
O mercado imobiliário cresceu 15% no primeiro trimestre de 2025, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), com 102.485 unidades residenciais vendidas. Os lançamentos totalizaram 84.924 unidades comercializadas, ambas com aumento de 15% em relação ao ano passado.
Em matéria publicada pelo site G1, a CBIC atestou que o MCMV foi o grande protagonista dos resultados porque respondeu por 53% dos lançamentos e 47% das vendas no período. Isto significa que praticamente metade dos empreendimentos lançados e de imóveis vendidos contaram com os incentivos do programa, que oferece juros de 4% a 8,16% ao ano. O custo do financiamento imobiliário tradicional está em torno de 12%.
A maior presença do MCMV, segundo a CBIC, ocorre justamente por conta das “condições de crédito mais acessíveis, com juros reais [ou seja, descontada a inflação] próximos de zero, e ao aumento da participação de estados e municípios com subsídios adicionais”, destacou o G1.
“Mesmo em um cenário de crédito caro, o brasileiro segue acreditando no investimento em moradia. A força do MCMV, aliada ao crescimento da renda e à estabilidade no emprego, sustenta esse desempenho positivo”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC, em entrevista ao G1.
Lula reafirma compromisso com o MCMV
Nesta sexta-feira (4), na cerimônia de anúncios de investimentos em refino e petroquímica no Rio de Janeiro, o presidente lamentou a suspensão do programa na gestão anterior e reafirmou o compromisso de três milhões de casas aos brasileiros até 2026.
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“Voltamos a reconstruir o Minha Casa e Minha Vida, que ficou paralisado durante quatro anos, porque prometeram uma casa verde e amarela, que nunca saiu nem verde nem amarela, e a nossa não é nem vermelha, a nossa é de todas as cores. As pessoas que querem ter sua casa, elas vão sair, porque nós contratamos três milhões de casas”, afirmou o presidente Lula.
Desde fevereiro de 2023, logo que ele tomou posse e retomou o MCMV com todo vigor, é possível utilizar os juros mais atrativos do programa para adquirir casa ou apartamento usado, por contratos feitos com base em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que é a principal fonte do MCMV.
No ano de 2024 foi registrado o maior número de contratos para imóveis usados na história do programa. Do total de 583 mil unidades, 427,9 mil foram novas e 155,1 mil usadas, o que representa 27% do total de financiamentos e uma proporção recorde na modalidade.
Novas regras beneficiam a classe média
O governo editou novas regras em 2025 que beneficiam a aquisição de imóveis usados pelo do MCMV. Em maio o governo criou a faixa 4, com possibilidade de compra de usados para famílias com salários até R$ 12 mil e facilitou o acesso para a faixa 3 do programa.
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A partir de 2025, o programa passou a ter quatro faixas de renda. A Faixa 1, com renda familiar bruta até R$ 2.850; a Faixa 2, com renda entre R$ 2.850,01 e R$ 4.700; a Faixa 3, com renda entre R$ 4.700 e R$ 8.600 e a Faixa 4, entre R$ 8.600 e R$ 12.000.
São consideradas casas ou apartamentos novos os que têm o documento “habite-se” de até 180 dias. Os critérios para acesso ao financiamento de imóveis usados são os mesmos aplicados aos imóveis novos: Não possuir outro imóvel no município onde deseja comprar; não ter sido beneficiado anteriormente por programas habitacionais; comprovar renda dentro dos limites estabelecidos; e ter capacidade de pagamento.
Mercado animado
“Ao oferecer taxas mais baixas do que as praticadas pelo mercado, o programa habitacional se tornou uma importante alternativa em meio ao encarecimento do crédito. O mercado recebeu com ânimo as novidades no programa”, publicou o site G1 se referindo às novas regras que diminuíram o valor mínimo necessário para a entrada do imóvel para a faixa 3.
A Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) apontou que o mercado está “muito otimista” com as novas mudanças no programa, especialmente com a criação da faixa 4, para famílias com renda de até R$ 12 mil.
“Os juros a 10% para imóveis de até R$ 500 mil criaram boas perspectivas para o mercado, que está vendo a medida como muito importante”, disse Alfredo Freitas, presidente da AMBI, ao site G1, assinalando que o efeito multiplicador que representa a injeção de recursos na economia também deve gerar mais atratividade para os imóveis usados.
Da Redação com site G1