Em discurso realizado no plenário da Câmara nesta semana, o deputado federal Vicentinho (PT-SP) defendeu com veemência a proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais e redução para quem recebe até R$ 7 mil. Ele também saiu em defesa do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os super-ricos.
“O clamor de quem não quer tirar um pouquinho de quem ganha muito é dos ricos mesmo. São os ricos que não querem, que não têm o mínimo de responsabilidade social, que não percebem que suas riquezas são geradas pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras, seja no campo, na cidade, na empresa, nos bancos, seja aonde for”, afirmou o parlamentar, destacando que as maiores fortunas devem ter mais responsabilidade social.
Durante a semana, o deputado relatou que conversou com trabalhadores em diferentes regiões e constatou que poucos conhecem o IOF ou utilizam aplicações como LCI, LCA ou renda fixa – operações financeiras que seriam afetadas pela medida. Para ele, isso evidencia que a tributação sobre essas operações atinge uma parcela restrita e privilegiada da população.
“Os trabalhadores são quem move este país. Sem eles, não se produz nem um prego numa barra de sabão. Chega de discurso mentiroso”, criticou.
Para o deputado, a proposta de justiça tributária do Governo Lula não apenas corrige desigualdades, mas também estimula a economia. “Se o trabalhador tiver mais dinheiro no bolso, ele consome mais, o comércio vende mais e a indústria produz mais. Todo mundo ganha”, explicou.
Críticas
No entanto, o deputado petista criticou setores do parlamento que se opõem às propostas de taxação dos milionários e bilionários defendidas pelo governo federal. Segundo ele, isso ocorre por conta do desequilíbrio na representatividade do Congresso Nacional, onde, segundo ele, há uma grande maioria de empresários, fazendeiros e poucos trabalhadores.
“Temos apenas quatro deputados operários metalúrgicos, eu e outros três. Temos 300 empresários, duas indígenas, quatro trabalhadores rurais e 128 fazendeiros. Isso mostra quem de fato tem voz aqui dentro”, denunciou.
A proposta ainda está em discussão no Congresso e integra uma série de medidas defendidas pelo governo para promover maior justiça fiscal no país.
Héber Carvalho
