A lista de provas que incriminam Bolsonaro só aumenta. A colunista do jornal O Globo, Bela Megale, publicou nesta segunda-feira (8) foto de encontro, em um hotel em Nova York, de Bolsonaro com o seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid e seu pai, general Lourena Cid, então presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O registro foi feito no dia 20 de setembro de 2022, data em que o coronel Cid passou dinheiro em espécie a Bolsonaro, segundo relato do próprio militar à Polícia Federal. O general Lourena Cid havia recebido em sua conta, nos Estados Unidos, U$S 68 mil pela venda de dois relógios das marcas Patek Philippe e Rolex que Bolsonaro ganhou de presente como chefe do Estado brasileiro. Os pagamentos foram feitos de forma fracionada em espécie, conforme depoimento do próprio Lourena Cid.

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A imagem publicada por Bela Megale se soma às diversas evidências de um esquema de venda de joias cujos valores apurados iam parar nas mãos de Bolsonaro.

“Foto registra encontro em hotel quando Bolsonaro recebeu dinheiro por venda de joias. General Lourena Cid relatou à PF ter passado dinheiro em espécie ao então presidente durante encontro em NY”, escreveu a colunista em postagem na rede X junto com a foto.

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A postagem foi feita na sequência de outras duas em que a jornalista cita que Bolsonaro trocou fotos do relógio Patek Philippe, que dizia desconhecer. “Item valioso sequer chegou a ser catalogado no acervo da Presidência”, escreveu Megale.

Em post anterior, com fotos do ex-presidente e do kit de joias e relógio em ouro branco, ela escreveu: “Mensagem comprova que Bolsonaro deu aval para venda de joias em leilão”, se referindo ao link de leilão de joias que Mauro Cid enviou no celular de Bolsonaro no dia 4 de fevereiro de 2023. À mensagem de Cid o ex-presidente respondeu: “Selva”, jargão usado por militares como saudação.

Joias da coroa

Um dos mais atuantes parlamentares na CPMI do golpe de 8 de janeiro, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) fez várias postagens em seu perfil na rede X sobre as fartas evidências do esquema de venda das joias cujo dinheiro “chegava para Bolsonaro em “cash””.

“Vendia as joias da COROA e pagava contas pessoais dele e dona Michelle. No intervalo preparava um golpe contra a democracia, para continuar as falcatruas, de preferência como ditador”, publicou o deputado.

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Ligações perigosas e reveladoras

As investigações da Polícia Federal revelam as ligações de Bolsonaro a um esquema para desviar mais de R$ 6,8 milhões em presentes dados por países estrangeiros ao Estado brasileiro durante a sua gestão.

“O relatório da PF enviado ao Supremo Tribunal Federal conclui pela existência de fortes indícios de desvios de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao presidente da República ou agentes públicos ao seu serviço e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes”, diz o texto da PF, que denunciou que o valor apurado com a venda ilegal de joias foi destinado ao patrimônio de Bolsonaro.

Há ainda provas de que o ex-presidente usou dinheiro em espécie, fruto da venda de joias, para pagar despesas próprias e de familiares durante os três primeiros meses de 2023 em que ficou nos Estados Unidos, para onde foi em avião presidencial no dia 30 de dezembro de 2022.

Da Redação

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Last Update: 09/07/2024