Na noite de quarta-feira (2), uma falha na Subestação de Transmissão Itajubá 3, operada pela Cemig, deixou ao menos 35 cidades do Sul de Minas sem energia elétrica. O fornecimento foi interrompido por volta das 19h25, atingindo municípios como Itajubá, Pouso Alegre, São Lourenço e Santa Rita do Sapucaí. Embora parte do serviço tenha sido restabelecida em até quatro minutos, muitos consumidores enfrentaram quase uma hora sem luz.
A falha, cuja causa ainda será divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), escancara o estado precário em que se encontra a empresa pública de energia elétrica de Minas Gerais, que há anos vem sendo desmontada pelos sucessivos governos neoliberais, com vistas à sua privatização. A redução de investimentos em infraestrutura e a terceirização são parte de uma política consciente, destinada a desmoralizar a companhia diante da população e abrir caminho para a sua entrega ao capital imperialista.
Casos como o de quarta-feira não são isolados. A população sofre com interrupções, quedas de energia e queima de aparelhos, ao passo que o governo estadual insiste em manter a Cemig sob uma gestão voltada à redução de custos e ao atendimento dos interesses do mercado, e não do povo mineiro.
A sabotagem da empresa estatal atende aos planos de entrega do patrimônio público, seguindo a cartilha neoliberal que destruiu a Eletrobrás e pretende fazer o mesmo com as estatais mineiras. Enquanto isso, os trabalhadores da Cemig enfrentam condições de trabalho cada vez mais duras e os consumidores, por sua vez, ficam sem serviço e sem garantia de reparação adequada.
É preciso denunciar esse processo e defender a reestatização plena da Cemig sob controle dos trabalhadores e da população, para que a energia seja tratada como um direito básico e não como uma mercadoria a serviço do lucro privado.