Em 4 de julho de 1827, o estado norte-americano de Nova Iorque declarou formalmente a abolição da escravidão. A medida foi resultado de um processo iniciado em 1799, quando o governo estadual aprovou uma lei de emancipação gradual, mas que ainda permitiu a escravidão por quase três décadas. A escolha da data coincidiu com o Dia da Independência dos Estados Unidos, em uma tentativa de vincular simbolicamente a emancipação dos negros com a do país — embora essa liberdade continuasse restrita a uma maioria branca.
Mesmo após a promulgação da abolição, diversos ex-escravos continuaram submetidos às formas mais brutais de exploração, pobreza e discriminação institucional. A medida não foi uma concessão espontânea das autoridades, mas resultado da pressão de movimentos abolicionistas organizados.
A escravidão nos estados do Norte dos EUA, como Nova Iorque, foi menos numerosa que no Sul, mas ainda assim era parte fundamental da economia e da estrutura social. No auge, a cidade de homônima foi o maior centro de comércio de escravos ao norte da Virgínia. A abolição formal, porém, não significou o fim da opressão: os negros libertos seguiam excluídos da vida política e econômica, sem direito ao voto e vítimas de segregação e violência policial.