O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Em artigo publicado no jornal O Globo nesta terça-feira (9), a jornalista Miriam Leitão se diz chocada com a roubalheira do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos militares, agora indiciados pela Polícia Federal (PF), no caso das joias que o ex-capitão recebeu da ditadura saudita durante sua gestão. Confira alguns trechos:

(…) Tudo isso já seria grave se fosse executado por qualquer outro servidor público. Mas a escala de gravidade, a dimensão do absurdo, ficam muito maiores por ter sido feito com a ciência e coordenação do então presidente da República. Estar no primeiro posto mais importante do país não tem apenas bônus. Um crime cometido por um presidente da República é muito mais grave. Os documentos que foram tornados públicos ontem mostram todos os detalhes da investigação que levou ao indiciamento de Jair Bolsonaro no caso das joias desviadas. (…)

Em breve sairá o resultado do segundo inquérito, o das vacinas, em que se investiga o possível envolvimento do ex-presidente em fraude de documento público, através de um obscuro esquema que passa por pessoas do submundo do Rio de Janeiro. Tudo isso para escapar da sua obrigação de, como chefe de Estado, ter estimulado as pessoas a se protegerem de uma pandemia mortal que levou a vida de mais de 700 mil brasileiros. Não é apenas uma pessoa com um comportamento delinquente querendo fingir que foi vacinado para ter trânsito livre em outro país. É muito mais grave. É o ponto final de um atentado à saúde pública que ele, como presidente, jamais poderia ter negligenciado.

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Joias sauditas e Bolsonaro. Foto: reprodução

Por fim, virá o inquérito da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro, pelo qual ele conspirou durante anos, cooptando militares, assediando instituições públicas, ameaçando o país, usando sua visibilidade para pregar diariamente contra a democracia. Esse é o maior dos crimes. Mas em cada etapa das investigações o que precisa ficar claro é que em sendo ele, na época, o chefe de Estado, a gravidade do delito aumenta.

Jair Bolsonaro festeja, faz campanha e indica que planeja sair da situação de inelegibilidade, receber uma anistia e voltar a disputar eleições. Durante o fim de semana foi com essa convicção da impunidade que ele desfilou em palanques ao lado do presidente da Argentina. Mas o que o espera é, na verdade, uma série de processos pelos crimes cometidos durante seu mandato. (…)

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Última Atualização: 09/07/2024