O cerco ao presidente, o eco do golpe, o estamos no buraco!
por Eduardo Ramos
Normalmente leio o GGN todos os dias ou, no máximo, de dois em dois dias, quando acumulo dezenas de artigos que chamam minha atenção. Há muito reputo este o melhor e mais abrangente blog de notícias e artigos opinativos que me trazem a realidade e os espelhos do Brasil e do mundo.
Nessa madrugada vivi um desses dias de artigos acumulados, e para minha surpresa – e tristeza, além de um início de sensação desesperadora – me deparei com três artigos fortes, porque realísticos até a medula, e que indico como OBRIGATÓRIOS a todo brasileiro que busca cognição com a realidade trágica do nosso país. São eles:
1) “Começou o cerco total ao governo Lula”, por Luís Nassif;
2) “Senti um eco de golpe”, diz Heloisa Villela sobre clima pré-impeachment na votação do IOF;
3) “Estamos no buraco”, por Luis Felipe Miguel
Os três artigos se completam à perfeição, e entre várias coisas em comum, podemos destacar três: o tom de URGÊNCIA URGENTÍSSIMA das notícias, conceitos, opiniões ali descritos, a GRAVIDADE da situação político-social-jurídica-institucional brasileira, e a PREMÊNCIA de uma reação do presidente Lula e dos setores/pessoas com poder e ou capacidade e/ou competência legal ou social para uma REAÇÃO À ALTURA do imenso “TUDO” que está em jogo!
Acreditem, não é alarmismo, os títulos dos artigos citados são legítimos, são REAIS, retratam uma SITUAÇÃO DE FATO, não uma “teoria qualquer”. Sim, de modo covarde, calculado e traiçoeiro, Hugo Motta impôs uma derrota ao governo Lula e ao povo brasileiro na votação do IOF. Seu interesse óbvio, descarado, é apenas político, é botar o governo “de joelhos”, provavelmente numa espécie de retaliação às medidas do ministro do STF Flávio Dino contra as emendas do chamado “Orçamento Secreto”, o bueiro escancarado por onde escorrem bilhões de reais tanto para obras eleitoreiras nos currais de deputados e senadores, como para enriquecimento ilícito mesmo e, de um jeito e do outro, pavimentando a reeleição de um dos Congressos mais espúrios e corruptos de nossa História. Além, é, claro, de enfraquecer a imagem de Lula e seu governo, facilitando a vitória do candidato da direita em 2026. É como se Orban, primeiro-ministro ditador da Hungria estivesse ensinando a nossa direita como conquistar o poder de modo definitivo e sem possibilidade do retorno a uma democracia real.
Não pretendo repetir os argumentos dos três articulistas que cito em meu artigo, LEIAM, é um mosaico que se une com informações e opiniões aprofundadas sobre o momento atual do Brasil, é um alerta absolutamente legítimo, repito!
Mas quero me solidarizar com um pensamento em particular do Luis Felipe quando brada, “quase que inutilmente”, “Precisamos de uma revolução, mas não há quem a faça. Este, em poucas palavras, é o drama do Brasil de hoje.”
Eis o sentimento desesperado e pungente de qualquer brasileiro lúcido diante desse cerco, desse eco, desse buraco em que estamos todos atirados, inclusive a imensa massa de zumbis fanáticos que sequer sonham em cogitar o Hospício horrendo e distópico que nos tornamos – os “odiadores de comunistas e adoradores da direita redentora” – haja coração para suportar tamanha sandice coletiva…
No mais, apenas um outro ponto de vista, complementar aos três artigos soberbos: será mesmo JUSTO responsabilizar e/ou culpar Lula por termos chegado a esse ponto? Parte de mim ainda tem dúvidas, ao menos sobre “a percela de responsabilidade” que cabe a Lula por esse horror. Porque Lula segue sendo o que sempre foi: um “fazedor de coisas boas para o Brasil” (por favor, não neguemos os méritos gigantes de seu governo apesar de inimigos tão ferozes e pérfidos, como grande mídia, redes sociais quase que sucursais da direita, e um dos piores Congressos da História…), um estadista que traz em si apesar de toda a intuição e inteligência uma certa ingenuidade, e o homem que acredita quase como numa espécie de “fé cega”, na tal da conciliação.
Mesmo quando tudo a sua volta grita que o momento é de confronto, nem que seja para “combater o bom combate”, independente dos resultados. É como se algo em Lula vencesse sempre, a ideia de que “ruim com a tentativa de conciliação, pior sem ela…”
E aí, me permito perguntar ao presidente: “Será, Lula???” – mas, confesso, sem ter uma resposta exata para essa questão.
Precisamos de reações, sim, no plural. Reações políticas, jurídicas, institucionais, nas redes sociais, na forma de Lula se comunicar com a sociedade, com O POVO BRASILEIRO.
E, mais do que nunca, da união de todas as forças sociais decentes desse país.
Concordo com o Luis Felipe nessa, repito: precisamos de uma revolução! Como empreendê-la virou a pergunta de cem bilhões de dólares, de tão séria.
Acorda, Brasil! Antes que eles nos devorem a alma…
(eduardo ramos)
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