O governo chinês informou na última quarta-feira (2) que o presidente Xi Jinping não participará da cúpula do BRICS no Rio de Janeiro. A delegação chinesa no evento, que será realizado de 6 a 7 de julho, será chefiada pelo primeiro-ministro da China, Li Qiang. Essa ausência de um dos líderes mais influentes do bloco ocorre em um momento de expansão do BRICS e de discussões sobre a nova ordem mundial.
O premiê chinês, Li Qiang, permanecerá no Rio até 8 de julho, e depois participará de uma visita oficial ao Egito, entre 9 e 10 de julho. O governo brasileiro já esperava a ausência do líder chinês no evento, o que aponta para um esvaziamento da cúpula de líderes influentes. A ausência de Xi Jinping é um indicativo de que a cúpula do BRICS no Rio pode ter um peso político menor do que o esperado por alguns setores.
Outra ausência confirmada é a do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que será representado pelo ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Sem a presença de Xi e Putin, o BRICS perde dois de seus líderes mais relevantes, o que pode impactar o alcance das discussões e decisões do encontro. Ainda não há confirmação sobre quais chefes de governo participarão da reunião, e novas ausências são consideradas possíveis.
A situação do presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também é incerta. Embora não tenha confirmado sua participação, a escalada do conflito com “Israel” pode ser um impedimento. Apesar de os países estarem em cessar-fogo desde 24 de junho, existe o risco de os ataques serem retomados, o que torna improvável a vinda de Pezeshkian ao Rio nesse cenário de instabilidade.
Por outro lado, o presidente indonésio, Prabowo Subianto, deve vir ao Brasil para o encontro do BRICS. Sua participação ocorre apesar de um tensionamento nas relações causado pela morte da brasileira Juliana Marins em uma trilha de vulcão no país asiático. A presença de alguns líderes, mesmo diante de tensões, busca manter a relevância do bloco.
Em conversa com jornalistas na última quarta-feira (2), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou que o país considera o BRICS “a plataforma mais importante para a solidariedade e cooperação entre os países em desenvolvimento”. A porta-voz não forneceu detalhes sobre o motivo da ausência de Xi Jinping. A cúpula do Rio será a primeira desde que o BRICS anunciou a entrada de 11 novos integrantes, o que amplia a relevância do bloco no cenário geopolítico, mesmo com as ausências de chefes de Estado.