Em declaração publicada em 24 de junho, a Iniciativa Internacional pela Paz denunciou a ofensiva militar lançada pelos Estados Unidos e pelo Estado de “Israel” contra a República Islâmica do Irã, classificando o ataque como “mais um passo rumo ao abismo de uma terceira guerra mundial”. O texto, assinado por intelectuais, ativistas e organizações de diversas partes do mundo, afirma que a agressão foi cuidadosamente premeditada e deflagrada após a contundente resposta iraniana à escalada sionista.
O documento denuncia que, sob o velho pretexto infundado de que o Irã estaria construindo uma bomba nuclear, o ex-presidente Donald Trump “arrastou os Estados Unidos para a guerra ao lado do Estado sionista”. Para a Iniciativa, essa decisão não foi um ato impulsivo, mas sim parte de uma estratégia coordenada com”Israel”, voltada à contenção violenta de qualquer tentativa de autodeterminação dos povos do Oriente Médio.
Segundo a nota, Trump desafiou abertamente a opinião pública de seu país e de sua própria base eleitoral, submetendo-se “aos círculos sionistas, militaristas e belicistas que assolam a Casa Branca, o Pentágono e os centros de poder norte-americanos”. A entidade denuncia a existência de uma “simbiose diabólica” entre o messianismo fanático da extrema-direita sionista — representada por figuras como o primeiro-ministro Netaniahu — e o supremacismo branco norte-americano.
O texto destaca a cumplicidade inquebrantável entre EUA e “Israel”, que se expressa nos vínculos econômicos, financeiros e militares. Para manter sua dominação global, os Estados Unidos precisam garantir que “Israel” permaneça como única potência nuclear no Oriente Médio — apesar de possuir centenas de ogivas nucleares — e impedir que outros países exerçam sua soberania plena.
“Aqueles que resistem, sejam os palestinos, os afegãos ou nações como o Iraque e a Síria, devem ser esmagados. Um Irã soberano, que apoia as forças de libertação contra o colonialismo sionista, é intolerável para o imperialismo”, afirma o documento.
A Iniciativa Internacional pela Paz reafirma sua condenação inequívoca ao ataque militar conjunto dos Estados Unidos e da entidade sionista contra o Irã, e defende o direito do povo iraniano de se defender “por todos os meios necessários”. No mesmo texto, exige o fim do genocídio na Faixa de Gaza, o desmantelamento de todos os assentamentos na Cisjordânia, a retirada total das tropas sionistas do sul do Líbano e da Síria, e reafirma sua solidariedade com a resistência palestina.
Leia a declaração na íntegra:
Pela paz e pelo direito do Irã à autodefesa
Mais um passo rumo ao abismo de uma terceira guerra mundial.
Com a velha e infundada desculpa de que a República Islâmica do Irã está construindo uma bomba nuclear, Trump arrastou os Estados Unidos para a guerra ao lado do Estado sionista fora da lei.
Este não é um gesto improvisado, mas uma ação há muito tempo planejada e premeditada, preparada para o caso de o Estado sionista — como de fato foi — ser gravemente atingido pela legítima e letal autodefesa do Irã.
Desafiando abertamente a opinião pública norte-americana e grande parte de seu próprio eleitorado, Trump acabou por se curvar aos círculos sionistas, militaristas e belicistas que infestam a Casa Branca, o Pentágono e diversos centros de poder dos EUA.
Já era sabido que havia “afinidades eletivas” entre Trump e o carrasco Netaniahu. Há, de fato, uma simbiose diabólica entre o messianismo escatológico da quadrilha de criminosos que governa a entidade sionista e o dos supremacistas norte-americanos, que se veem como mensageiros divinos encarregados de liderar o mundo.
Essa camaradagem ideológica é acompanhada por um vínculo indissolúvel — econômico, financeiro e militar. Para manter sua supremacia global predatória, os Estados Unidos precisam manter seu domínio sobre o Oriente Médio por meio do apoio a “Israel” e garantindo que este permaneça como o único país da região com armas nucleares — das quais possui centenas — ao mesmo tempo em que impede qualquer outro país de adquiri-las.
Qualquer um que se rebele ou resista — sejam os palestinos ou os afegãos, ou países como o Iraque ou a Síria — deve ser esmagado. Não pode haver espaço para forças hostis; um Irã orgulhosamente soberano, que apoia aqueles que lutam para libertar a região do colonialismo sionista, não pode ser tolerado.
Condenamos firmemente o ataque militar conjunto entre Estados Unidos e sionistas contra o Irã, e defendemos o direito do Irã à autodefesa por todos os meios necessários.
Exigimos o fim do genocídio em Gaza, o desmantelamento de todos os assentamentos na Cisjordânia, a retirada completa das tropas israelenses do sul do Líbano e da Síria, e reafirmamos nossa solidariedade à Resistência Palestina.
Iniciativa Internacional pela Paz