A Petrobras aplicou um reajuste de 2,9% no preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) para as distribuidoras. O novo valor entra em vigor nesta terça-feira, 1º de julho, segundo comunicado oficial da companhia.
O aumento representa um acréscimo de R$ 0,09 por litro em comparação com o preço praticado em junho. Ainda assim, em relação a dezembro de 2024, o valor atual apresenta uma queda acumulada de 4,8%, o que equivale a uma redução de R$ 0,17 por litro no período.
O reajuste faz parte da política de preços da estatal e segue o cronograma estabelecido nos contratos comerciais da empresa com as distribuidoras, que prevêem atualizações no início de cada mês.
A Petrobras explicou que comercializa o QAV exclusivamente para distribuidoras, que são responsáveis pela logística de transporte e pela revenda do produto. Estas empresas, por sua vez, entregam o combustível às companhias aéreas e outros consumidores finais nos aeroportos, além de fornecer a vendedores intermediários.
Reajuste segue calendário mensal previsto em contrato
Os contratos firmados entre a Petrobras e as distribuidoras de combustíveis definem que os preços do querosene de aviação sejam revisados mensalmente, sempre no primeiro dia útil. Esses ajustes consideram variáveis como custos de produção, câmbio e movimentações do mercado internacional de petróleo.
No caso do reajuste anunciado nesta terça-feira, a alta de 2,9% ocorre em um contexto de flutuações nos preços internacionais do petróleo e de recuperação gradual da demanda por transporte aéreo, fatores que influenciam diretamente o comportamento dos preços dos combustíveis de aviação.
Comparativo aponta variações ao longo do ano
O novo preço, com vigência a partir de 1º de julho, representa uma elevação de R$ 0,09 por litro em relação ao mês anterior. Ainda assim, os valores praticados hoje são inferiores aos registrados no encerramento de 2024. Em dezembro do ano passado, o preço do QAV estava R$ 0,17 por litro acima do atual, segundo dados fornecidos pela Petrobras.
Isso indica que, apesar do aumento pontual, os custos com o querosene de aviação apresentam uma trajetória de retração no acumulado do ano. A estatal não informou se novos reajustes são esperados para os próximos meses, mas a atualização regular segue o calendário contratual.
Distribuidoras repassam valores ao mercado
Após a compra do querosene de aviação nas refinarias da Petrobras ou por meio de importação, as distribuidoras assumem a responsabilidade pela entrega do produto às companhias aéreas. O preço final cobrado dos consumidores depende de diversos fatores adicionais, como custos logísticos, margens comerciais e tributos regionais.
A Petrobras destacou que seu papel limita-se à produção e à venda para as distribuidoras, sem interferência direta nos preços finais pagos pelos operadores de transporte aéreo ou outros clientes. O mercado de distribuição e revenda de QAV opera em regime de livre concorrência.
Impacto setorial depende de decisões das companhias aéreas
O reajuste anunciado pode ou não ser repassado diretamente ao consumidor final pelas companhias aéreas, conforme avaliação de cada empresa sobre seus custos operacionais e políticas tarifárias. O QAV é um dos principais componentes do custo das operações de transporte aéreo e costuma influenciar os preços das passagens, embora esse efeito não ocorra de forma automática ou uniforme.
Empresas do setor têm liberdade para definir suas estratégias comerciais, podendo absorver parcial ou integralmente variações nos preços dos combustíveis, repassá-las ao consumidor final ou compensá-las com ajustes em outras áreas da operação.
Petrobras segue política de mercado na formação de preços
A Petrobras adota desde 2022 uma política de formação de preços que considera os custos internos, o mercado internacional e a concorrência doméstica. A estatal afirma que busca garantir o suprimento do mercado nacional, respeitando as condições econômicas vigentes.
A companhia produz querosene de aviação em suas refinarias e também realiza importações quando necessário para atender à demanda. O fornecimento ocorre de forma exclusiva para as distribuidoras, em conformidade com as normas do setor e os contratos comerciais firmados.
Próximos reajustes devem seguir tendência de mercado
Como os preços são ajustados mensalmente, os valores de agosto dependerão da evolução dos custos internacionais do petróleo, da taxa de câmbio e de outras variáveis. A Petrobras não antecipa projeções, mas os próximos movimentos dependerão da dinâmica do mercado global de energia e da demanda interna por transporte aéreo.
A estatal reforça que segue monitorando os fatores que impactam seus custos operacionais e que mantém diálogo com os agentes do setor para assegurar o abastecimento de combustível em todo o território nacional.