No último domingo, dia 29 de junho, o Flamengo se despediu do Mundial de Clubes após derrota para o Bayern de Munique por 4 a 2. Apesar da derrota, no entanto, o time carioca saiu do torneio de cabeça erguida, apresentando um grande futebol, considerado por muitos como o mais bonito de todo o torneio.
Apesar da boa campanha do rubro-negro, que incluiu um 3 a 1 sobre o Chelsea da Inglaterra, o jornalista do UOL e da ESPN e “torcedor” da equipe rubro-negra, Mauro Cezar, minimizou a participação do Flamengo e dos demais brasileiros no torneio.
Segundo o jornalista, a vitória do time alemão sobre o brasileiro prova, de uma vez por todas, que não há como competir com as equipes europeias, mesmo com resultados como a já mencionada vitória sobre o Chelsea por parte do Flamengo, a impressionante vitória do Botafogo sobre o PSG, atual campeão da Champios League, e os dois empates com sabor de vitória por parte do Palmeiras contra o Porto e do Fluminense contra o Borussia Dortmund.
Além disso, é importante destacar que este Mundial privilegiou muito os times europeus, com 12 equipes, enquanto os sul-americanos levaram apenas seis, sendo quatro destes brasileiros. Caso o número de times brasileiros fosse maior no campeonato, com certeza teríamos mais vitórias. Disse o propagandista em sua conta no X:
“Aos que não aceitam a realidade, ou seja, que existe um enorme abismo técnico, tático e até físico entre a elite do futebol europeu e a do futebol sul-americano, esses números dizem muito. O Bayern intensifica quando preciso e faz os gols, força os erros do Flamengo, é futebol em outro nível. E ao contrário do que vimos na fase de grupos, o time alemão hoje atua com intensidade, como numa partida de Bundesliga ou Champions.”
Segundo Mauro Cezar, portanto, nenhum jogo do campeonato vale de parâmetro, apenas aquele que confirmaria sua própria tese de que o futebol brasileiro não é capaz de competir com o europeu. Entretanto, apesar do placar, quem viu o jogo percebeu como o Flamengo jogou bem, disputando e criando chances. A desconcentração no começo do jogo, no entanto, fez com que os alemães conseguissem abrir 2 a 0 antes dos 10 primeiros minutos, o que fez o Flamengo ter de correr atrás do resultado o resto do jogo todo.
Fica evidente, portanto, que a opinião de Mauro Cezar não é uma análise elaborada sobre os fatos do que ocorreu até agora no campeonato, nem sobre a partida em si, já que, apesar da derrota, o Flamengo jogou bem. Trata-se, apenas, de uma propaganda contra o futebol brasileiro e a favor do europeu.
Para o jornalista, tudo o que acontece na Europa é digno, enquanto os jogadores que jogam no Brasil seriam uma espécie de escalão inferior. É a opinião de que um jogador só é bom se jogar na Europa. Veja, por exemplo, o que o jornalista diz sobre o uruguaio Arrascaeta, jogador do Flamengo, que atualmente é artilheiro do campeonato brasileiro e é ídolo da torcida do clube:
“Isso explica um pouco por que o Arrascaeta, com tanto talento, nunca jogou na Europa. O ritmo dele, a cadência, é incompatível com esse tipo de jogo. Ele não tem velocidade, arrancada ou explosão. Não estou culpando o jogador, apenas ilustrando para destacar a diferença que existe”
Essa é a opinião generalizada da imprensa imperialista brasileira, que há tempos ataca o futebol brasileiro e privilegia o europeu, mesmo com o futebol do Brasil sendo mundialmente reconhecido como o melhor do mundo. É assim que o jornalista chega a conclusões como as do seguinte trecho:
“O que vimos é um choque de realidade. O bom começo do futebol brasileiro despertou, até de forma oportunista de parte da imprensa brasileira, a ideia que eles não são tão poderosos (europeus), que dá pra ganhar. Vou dizer uma coisa muito clara: se fosse qualquer time sul-americano jogando contra o Bayern, iria perder. O Bayern jogou hoje como ele joga um jogo da Champions League.”
A propaganda contra nosso futebol é tamanha que conseguiram, após anos de tentativa, colocar um técnico europeu para comandar a Seleção Brasileira, para a comemoração generalizada da imprensa que detesta o próprio país.
No entanto, a opinião de Mauro Cezar não se sustentou nem mesmo a um dia de prova, já que, no dia seguinte ao jogo do Flamengo, seu rival Fluminense derrotou a vice-campeã da Champions League, Inter de Milão, pelo placar de 2 a 0. Onde será que está o abismo que Mauro Cezar enxerga entre o Brasil e a Europa?
