Entre os dias 25 e 29 de junho, ocorreu mais uma edição do Festival Glastonbury, tradicional festival de música que é realizado anualmente na Inglaterra.
Dentre os artistas que se apresentaram, dois grupos estão sendo perseguidos por expressar seu apoio à luta pela libertação da Palestina.
Um dos grupos é o Bob Vylan, banda britânica de punk rap. Durante sua apresentação, que ocorreu no sábado (27), o vocalista da banda entoou a palavra de ordem “Palestina Livre”, bem como pediu morte às forças israelenses de ocupação (“Death, Death to the IDF”), exortando a plateia a fazer coro com ele, o que ocorreu conforme visto na transmissão ao vivo.
Além disto, a banda denunciou a emissora britânica BBC, uma fachada das agências de espionagem, por sua cobertura da guerra genocida. A denúncia foi feita através de frase no telão, em que se lia:
“Palestina livre: as Nações Unidas chamaram isso de genocídio. A BBC chama isso de ‘conflito’”.
A emissora, que estava transmitindo ao vivo o festival, expondo seu sionismo e seu apoio ao genocídio, disse que as palavras do vocalista de Bob Vylan foram “profundamente ofensivas” e informou que não disponibilizará a gravação da apresentação em sua plataforma iPlayer.
Outros sionistas se manifestaram contra o apoio à Palestinas de Bob Vylan. Um deles foi a sionista Emily Eavis, co-organizadora do festival. Ela disse que ficou “horrorizada” com os comentários, que contradiziam o espírito do festival de “esperança, unidade, paz e amor”. Não há notícias de que ela tenha ficado horrorizada com o genocídio contra os palestinos, nem que ela ache que a morte de mais de 100 mil palestinos contradizem o espírito de “esperança, unidade, paz e amor”.
Ela também afirmou que “estamos lembrando com urgência a todos os envolvidos na produção do festival que não há espaço em Glastonbury para antissemitismo, discurso de ódio ou incitação à violência”.
O genocida Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, e agente do MI6, espionagem britânica fundamental em coordenar os assassinatos perpetrados pelos criminosos do Mossad, também condenou a apresentação, dizendo que as mensagens de Bob Vylan em apoio à Palestina foram “discurso de ódio terrível”.
A declaração de Starmer e da organização do festival deixa expresso para que serve a acusação de “antissemitismo” e a tal condenação ao “discurso de ódio”: para proteger o genocida Estado de “Israel” e o sionismo e para perseguir aqueles que apoiam a Palestina e todos os povos agredidos pelo imperialismo e pelo sionismo
Naturalmente, os genocidas israelenses também se pronunciaram, com a embaixada israelense na Inglaterra afirmando hipócrita e cinicamente que os cânticos constituíam “retórica inflamatória e odiosa” e glorificavam a violência.
A perseguição formal a Bob Vylan já começou: nesta segunda-feira (30), polícia britânica abriu investigação criminal contra a banda. Do outro lado do atlânico, os Estados Unidos, principal país imperialistas e principal financiador de “Israel” e do genocídio, revogou os vistos dos músicos do Bob Vylan, conforme declaração publicada no X por Christopher Landau, secretário de Estado Adjunto do Departamento de Estado dos EUA.
Voltando ao Glastonburry, o grupo irlandês de rap Kneecap também se apresentou no festival de música. A apresentação também foi realizada no sábado, e um dos integrantes estava utilizando um lenço palestino (quefié), e declarações em defesa da Palestina foram feitas. Em razão disto, a polícia britânica também abriu investigação com eles.
Destaca-se que os músicos do Kneecap já vem sendo perseguidos por seu apoio à Palestina. No mês passado, um dos membro da banda, Liam O’Hanna, foi acusado de crime de terrorismo após uma investigação da Polícia Metropolitana de Londres. O que ele fez? Teria exibido uma bandeira do Hesbolá durante show realizado em Londres em novembro de 2024.
O Hesbolá é uma das principais organizações (além da Resistência Palestina) a combater o genocídio perpetrado por “Israel”. Na Inglaterra, o partido libanês xiita é considerado organização terrorista, justamente por causa de sua luta histórica contra “Israel”, seja em defesa da Palestina ou do Líbano.
Em razão da perseguição que Kneecap já vem sofrendo, sua apresentação no Glastonbury não foi transmitida ao vivo pela BBC, em grotesco caso de censura. A emissora informou que uma versão editada estaria disponível sob demanda posteriormente.