O mercado de trabalho formal brasileiro fechou o mês de maio com saldo positivo de 148.992 empregos com carteira assinada, conforme dados divulgados nesta segunda-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base no novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado é o melhor para o mês desde 2023, quando foram criadas 156.200 vagas formais. Em comparação com maio de 2024, o crescimento foi de 6,76%. Naquele período, o saldo havia sido de 139.557 postos de trabalho.
De acordo com o relatório, foram registradas 2.256.225 admissões e 2.107.233 desligamentos em todo o território nacional. No acumulado de 2025, de janeiro a maio, o saldo de novas vagas com carteira assinada alcançou 1.051.000 postos. Esse número representa uma redução de 4,90% em relação ao mesmo intervalo de 2024, quando o país criou cerca de 1,1 milhão de empregos formais.
Desempenho por setores
Todos os cinco principais setores da economia apresentaram desempenho positivo na geração de empregos em maio. O setor de serviços liderou a criação de vagas, com 70.139 novos postos. O comércio apareceu em segundo lugar, com 23.258 vagas abertas, seguido pela indústria, que criou 21.569 novos empregos com carteira.
A agropecuária também contribuiu para o resultado positivo, com a geração de 17.348 vagas formais. O setor da construção civil completou a lista com 16.678 novos postos no período.
A expansão do setor de serviços teve papel central no desempenho do mercado de trabalho formal em maio, mantendo a tendência de liderar a geração de empregos nos últimos meses. O segmento tem se destacado por sua capacidade de absorver mão de obra em áreas como saúde, educação, transporte e tecnologia da informação.
Comparativo com anos anteriores
Apesar do crescimento registrado em maio, os números seguem abaixo dos patamares observados em anos anteriores. Em maio de 2022, o país registrou a criação de 277.800 vagas com carteira assinada, mais que o dobro do saldo atual. A diferença reflete a desaceleração na velocidade de recuperação do mercado de trabalho formal, em um contexto de ajustes macroeconômicos e restrições fiscais.
O desempenho acumulado de 2025, com pouco mais de 1 milhão de vagas criadas até maio, também indica ritmo inferior ao de 2024, que fechou o mesmo período com saldo de 1,1 milhão. Ainda assim, o resultado de maio foi considerado um ponto de inflexão em relação ao mês anterior, sinalizando retomada após variações mais modestas registradas entre março e abril.
Regiões e dinâmica do emprego
O Ministério do Trabalho não divulgou nesta prévia a distribuição regional dos empregos formais em maio, mas dados anteriores indicam que o Sudeste e o Nordeste concentram grande parte da movimentação no mercado de trabalho formal. O Sudeste, em especial, costuma responder por mais da metade das admissões e desligamentos registrados no Caged.
A tendência de crescimento está associada, em parte, à retomada de atividades presenciais e ao fortalecimento de setores com forte demanda por serviços urbanos, como educação, saúde e logística. Em contrapartida, segmentos industriais enfrentam ritmo de contratação mais moderado, influenciados por flutuações na atividade econômica e no custo de crédito.
Indicadores do mercado e cenário futuro
Especialistas ouvidos por institutos de pesquisa e consultorias têm apontado que o desempenho do mercado formal em 2025 está condicionado ao equilíbrio entre a política fiscal e monetária. A redução gradual da taxa de juros, aliada a programas de incentivo ao crédito e estímulo à indústria, pode impactar positivamente a criação de empregos nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, incertezas relacionadas à arrecadação e à execução de gastos públicos limitam a expansão de políticas voltadas diretamente ao mercado de trabalho. A tendência, segundo análises técnicas, é de continuidade da geração de empregos formais em ritmo moderado, com oscilações pontuais ao longo do segundo semestre.
Panorama geral
Desde a reformulação do Caged em 2020, os dados de emprego formal passaram a ser divulgados com maior regularidade e detalhamento, refletindo a movimentação de contratações e desligamentos com base nas declarações das empresas ao eSocial. O modelo permite acompanhar com mais precisão o comportamento do mercado de trabalho com carteira assinada, ainda que não inclua indicadores de informalidade.
O relatório de maio confirma o avanço do emprego formal em 2025, mesmo com variações acumuladas inferiores às de anos anteriores. Com todos os principais setores em crescimento e saldo positivo próximo de 149 mil vagas, o país reforça a tendência de recuperação do mercado de trabalho em meio a um cenário econômico ainda marcado por desafios fiscais e políticos.