Será lançado neste 1º de julho, terça-feira, o Plebiscito Popular sobre o fim da escala 6×1, taxação dos mais ricos e isenção do Imposto de Renda para assalariados que recebem até R$ 5 mil.

A consulta ocorrerá entre 14 e 21 de setembro, com participação aberta, gratuita e voluntária, tanto em pontos físicos quanto pela internet, através do site oficial do movimento www.plebiscitopopular.org.br.

A mobilização iniciada na terça vai prosseguir e deve ter um ponto alto no Dia da Independência, 7 de Setembro..

A iniciativa reúne uma ampla frente social e política, que compreende a CTB e as centrais sindicais, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, UNE, MST, partidos e militantes de esquerda e centro-esquerda.

A redução da jornada de trabalho sem redução de salários é apoiada por parlamentares de nada menos que 19 dos 20 partidos com representação no Congresso Nacional.

Apesar disto, o fim da escala 6×1 encontrará sérias dificuldades para aprovação decorrentes da férrea oposição do patronato à redução do tempo de trabalho sem redução de salários, cabendo notar que os empresários, apesar de francamente minoritários na sociedade, dominam a maioria do Parlamento.

A aposta dos ativistas é que a mobilização popular pode mudar os humores políticos e a correlação de forças na Câmara Federal e no Senado, pavimentando o caminho para transformar em Lei os projetos que acabam com a desumana escala 6×1, isentam do IR quem ganha até R$ 5 mil reais e, em compensação, aumentam a carga de imposto para os ricos.

A coordenação do Plebiscito Popular 2025 pretende realizar, nesta semana, formações para capacitar ativistas e voluntários que irão dialogar com a população.

Os encontros virtuais acontecerão nesta segunda-feira (30), das 20h às 21h30, e no domingo (6), das 9h às 10h30. A proposta é fortalecer a base de apoio ao plebiscito por meio da formação política e da organização popular.

A construção do plebiscito vai passar pela criação de comitês municipais, regionais e também por locais de trabalho, moradia e estudo. A ideia é garantir capilaridade e fortalecer o trabalho de base rumo à coleta de votos. Os multiplicadores terão o papel de ampliar a campanha, organizando comitês locais e garantindo que o plebiscito chegue a diferentes territórios.

“A ideia é colocar o plebiscito na rua e organizar e mobilizar a sociedade. Construir um comitê em cada escola, universidade, periferia, ponto de cultura, associação de moradores e até na fila do hospital. Vamos lutar pela taxação dos super-ricos e reduzir a jornada de trabalho por uma vida digna para o povo brasileiro”, convoca o movimento nacional nas redes sociais.

Agenda unificada

As pautas do Plebiscito Popular também foram levantadas nos atos unificados do Dia do Trabalhador em várias cidades do país.

A escala 6×1 tira a dignidade dos trabalhadores e instauram um regime de trabalho que pouco fica a dever ao trabalho análogo à escravidão, já que a jornada exaustiva somada ao tempo gasto no transporte da casa para o trabalho e vice-versa em metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo consome, por exemplo no comércio, 12 ou mais horas da vida dos trabalhadores e trabalhadoras por dia.

O PL que acaba com a escala 6×1, que altera o inciso XII do artigo 7º da Constituição, estabelece a “duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 36 horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. A proposta também terá que passar pelo Senado, onde tramita um outro projeto de redução da jornada sem redução de salários, do senador Paulo Paim.

Coordenadores e militantes do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), parlamentares, organizações sindicais e trabalhadores denunciaram as consequências físicas, mentais e sociais da escala 6×1, amplamente utilizada no país. O fim da escala 6×1 é considerado urgente pelos militantes que estão envolvidos na mobilização do plebiscito.

Fonte: vidaetrabalho

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Last Update: 30/06/2025