Uma pesquisa realizada em 119 países mostrou que a indústria do tabaco usa tecnologia e marketing nas redes sociais para viciar crianças e adolescentes de 13 a 15 anos em todo o mundo.
A conclusão foi apresentada na última semana, em conferência internacional de controle do tabaco, realizada em Dublin, na Irlanda.
Entre as ações para viciar os jovens estão a distribuição de produtos de tabaco gratuito, relatadas por 25,1% dos jovens no Timor-Leste.
Em países como o Butão (84,1%) e o Egito (91,4%), a grande maioria dos jovens já foi exposta a representações midiáticas sobre o uso do tabaco.
O levantamento foi conduzido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, além do Vital Strategies, que revelou a presença da indústria do tabaco em espaços digitais.
Shows virtuais, avatares, jogos, plataformas e vitrines digitais são algumas das estratégias para atrair novos consumidores, especialmente em países em que a regulamentação é mais fraca.
Nandita Murukutla, vice-presidente de insights e avaliação comportamental da Vital Strategies, defende uma ação internacional coordenada para modernizar a legislação e por fim às lacunas regulatórias para evitar a exposição de gerações mais jovens ao tabaco.
Ela sugere ainda a aplicação mais rigorosa da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, em particular do artigo 13, que prevê a proibição abrangente da publicidade, promoção e patrocínio do tabaco.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 68 países adotaram boas práticas para proibir a divulgação da indústria do tabaco e outros 60 países não possuem qualquer regulamentação sobre o tabagismo.
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