Milhares de manifestantes bloquearam neste domingo (29) importantes rodovias na capital Belgrado e em outras cidades da Sérvia, na segunda noite consecutiva de protestos em todo o país. A mobilização em massa tem como principal reivindicação a convocação de eleições antecipadas.
A nova onda de insatisfação popular foi catalisada por um episódio emblemático de negligência pública: o colapso do teto de uma estação de trem na cidade de Novi Sad, ocorrido em novembro.
O estopim da mobilização nacional foi o colapso do teto de uma estação de trem em Novi Sad, em novembro, que deixou 16 mortos. O acidente, atribuído a uma construção defeituosa causada por corrupção, gerou indignação e escancarou a fragilidade das obras públicas no país.
No sábado (28), aproximadamente 140 mil pessoas se reuniram no centro de Belgrado, transformando a capital no epicentro de um movimento que já é considerado um dos maiores protestos civis da década no país.
A indignação popular extrapolou a tragédia em Novi Sad e passou a incorporar denúncias de corrupção, demandas por transparência e críticas à condução do governo do presidente Aleksandar Vučić.
Ainda ontem, Vučić rejeitou abertamente a possibilidade de convocar eleições antecipadas. Em um discurso duro, acusou os organizadores dos protestos de promoverem o “terror” no país. “A Sérvia venceu e não se pode derrotar a Sérvia com violência, como alguns queriam”, declarou.
Além dos bloqueios rodoviários, os atos têm ganhado força nas redes sociais, com organizações civis, partidos de oposição e líderes estudantis convocando novas mobilizações.
Com informações da AFP.