
Em meio à pressão por resultados e mirando a reeleição em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificará sua agenda em comunidades periféricas, levando uma mensagem de defesa da taxação dos mais ricos para financiar políticas voltadas aos mais pobres. A mudança de tom foi evidenciada na visita à Favela do Moinho, em São Paulo, onde Lula participou de um evento sem palanque, conversando diretamente com os moradores e anunciando ações habitacionais. Com informações do Globo.
Segundo assessores do Planalto, a ida à comunidade foi considerada positiva, com o presidente buscando maior proximidade com a população. Em discurso no Tocantins no dia seguinte, Lula declarou: “Tem gente que não gosta de mim porque quero que rico pague mais imposto para isentar quem ganha até R$ 5 mil”. Ele reforçou ainda: “Meu lado é o do povo trabalhador, dos professores e da classe média baixa”.
A estratégia deve continuar nos próximos dias, com nova aparição em Salvador, durante a celebração da Independência da Bahia. Outras viagens estão sendo planejadas, enquanto compromissos internacionais devem ser limitados a eventos considerados essenciais, como a Cúpula do Mercosul.
A movimentação ocorre em meio ao aumento das tensões entre o Executivo e o Congresso, agravadas após a derrubada do decreto que elevava o IOF. Parlamentares da base cobram do governo propostas de controle de gastos, enquanto medidas como o fim dos supersalários seguem paradas.
Críticos da política econômica apontam que o governo evita discutir cortes e prioriza a arrecadação. O Banco Central divulgou que a arrecadação federal entre janeiro e maio somou R$ 1,2 trilhão — o maior valor para o período. A oposição argumenta que a estratégia de elevação de tributos é limitada sem apoio majoritário no Congresso.
No Planalto, a aposta é eleitoral. A proposta de “colocar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda” é vista como um diferencial do terceiro mandato, com pesquisas internas indicando aceitação popular da medida.