O cessar-fogo anunciado por Donald Trump em 24 de junho, celebrado pelo governo americano como uma “vitória estratégica”, foi na realidade uma monstruosa capitulação de Israel ante a demonstração irrefutável do poderio militar iraniano. Dados revelados pelo alto comando da Guarda Revolucionária (IRGC) expõem a incapacidade israelense de conter o Irã sem intervenção direta norte-americana — e confirmam que o papel de Israel como polícia do imperialismo no Oriente Médio chegou ao fim.
Enquanto Trump alardeava ter “obliterado” as instalações nucleares iranianas, um relatório interno do Pentágono vazado para a agência de notícias Reuters admitiu que os ataques não impuseram danos significativos ao programa nuclear iraniano. O ataque dependeu de inteligência e ação direta norte-americanas, revelando a incapacidade de “Israel”. Pior: a retaliação iraniana em 13 de junho atingiu pela primeira vez o coração da ocupação sionista, com mísseis hipersônicos Fattah-1 que burlaram o Iron Dome e mataram 28 israelenses — algo sem precedentes na região.
Segundo o Brigadeiro General Mohammad-Reza Naghdi, vice-comandante de coordenação do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC), “menos de cinco por cento da capacidade defensiva do nosso país foi realmente ativada”, acrescentando que “por ‘ativado’ não quero dizer ‘gasto.’ Significa apenas que cinco por cento das nossas unidades de defesa se envolveram com o inimigo”. “Isto significa”, continuou, “que as nossas principais capacidades permanecem intocadas e não entraram na briga”, reafirmando por fim que “a magnitude total das nossas forças ainda não se revelou; nem sequer subiu ao palco”.
A campanha de “vitória” de Netaniahu escondeu duas verdades amargas para o sionismo:
- “Israel” usou caças F-35 norte-americanos para ataques, e precisou do sistema AEGIS dos EUA para interceptar mísseis iranianos, revelando a total dependência da ditadura sionista.
- O ataque a um radar perto de Teerã após o cessar-fogo — violando a trégua mediada por Trump — revelou desespero e também a fragilidade de “Israel”.
A incapacidade israelense de derrotar o Irã sem os EUA enterrou seu papel histórico de “polícia regional” do imperialismo. Apesar do que disse o analista Thomas Juneau, o Irã opera em “solidão estratégica”, o país além do eixo da Resistência (Ansar Alá, Hamas, Hesbolá e outros partidos da resistência), tem seu poder de embargo do estreito de Ormuz é intocável por “Israel”. O cessar-fogo, negociado por Trump com Pezeshkian via Catar, provou que até os EUA temem o risco de uma guerra total.
Netaniahu declarou que “removeu a ameaça existencial” iraniana, mas a realidade é oposta: “Israel” se mostrou um país cuja sobrevivência depende de patronos externos. Com a China investindo US$400 bilhões no Irã e a Rússia fornecendo sistemas S-300 6, o eixo da resistência fortalece-se enquanto “Israel” definha.
Como profetizou o líder da IRGC: “nossos mísseis são a sentença de morte do sionismo”. O cessar-fogo não é paz — é o atestado de óbito de um projeto colonial que perdeu sua utilidade.