A publicação do mais recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, afirma que o Irã estaria a poucos meses de enriquecer urânio em níveis próximos ao necessário para a produção de armas nucleares. Independentemente da realidade, tal preocupação é mais uma demonstração da campanha de intrigas promovida pelo imperialismo contra o país de maioria persa.
O documento, amplamente repercutido pela imprensa capitalista, aponta que o Irã já teria acumulado mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%, quantidade que, caso fosse levada a 95%, seria suficiente para a fabricação de até dez bombas atômicas. O relatório surge em meio a negociações entre o país asiático e a principal potência imperialista do planeta, sendo utilizado como instrumento de chantagem para pressionar o Irã.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, declarou que a situação exige uma “resolução diplomática” e um sistema de inspeção mais rígido, mas disse que o Irã desativou câmeras e sensores em suas instalações, dificultando o monitoramento externo que, supostamente, seria mais imparcial. Apesar disso, os próprios inspetores da agência continuam tendo acesso ao país e realizando medições dos estoques de urânio, o desmentindo a destruição da capacidade nuclear propagada pela imprensa imperialista.
O relatório foi divulgado no mesmo momento em que o governo de “Israel”, através de Netaniahu, fez declarações alarmistas, afirmando que a situação é “grave” e que os países do mundo devem “agir agora” para conter o Irã. Não é coincidência que, junto com essas declarações, “Israel” mantenha a ameaça constante de ataques militares às instalações nucleares iranianas, como já realizou em diversas ocasiões, inclusive com assassinatos de cientistas e sabotagens.
A campanha contra o Irã, baseada em acusações infundadas sobre a fabricação de armas nucleares, é parte integrante da ofensiva imperialista no Oriente Médio. O histórico mostra que o programa formal de armas do país asiático foi encerrado em 2003, fato reconhecido até mesmo por agências de inteligência dos próprios Estados Unidos.
Ainda assim, “Israel” e seus aliados seguem alimentando o discurso da “ameaça iraniana”, ao mesmo tempo em que mantêm arsenais nucleares clandestinos e se recusam a assinar o Tratado de Não Proliferação Nuclear. O imperialismo, portanto, utiliza dois pesos e duas medidas: acusa o Irã de buscar armas nucleares enquanto protege e financia o armamento nuclear de “Israel”.
A divulgação do relatório da AIEA não pode ser vista de forma isolada ou desinteressada. Trata-se de mais uma etapa da preparação para uma nova ofensiva imperialista contra o Irã, com o objetivo de justificar sanções, pressões diplomáticas e até mesmo agressões militares diretas.
O próprio Donald Trump, ao comentar o relatório, deixou claro que qualquer acordo com o Irã deve garantir aos Estados Unidos o direito de bombardear instalações nucleares iranianas, evidenciando que a política do imperialismo é manter o país sob ameaça permanente. Ao mesmo tempo, “Israel” intensifica sua agitação belicista e segue realizando operações militares que violam a soberania iraniana.