Bolsonaro durante a manifestação. Foto: Divulgação

No ato esvaziado deste domingo (29) na Avenida Paulista, Jair Bolsonaro voltou a recorrer à tática de sempre: mentiras e afronta às instituições.

Diante de pouco mais de 12 mil apoiadores, segundo levantamento do Monitor do Debate Político da USP, o ex-presidente atacou o Supremo Tribunal Federal, inverteu os fatos sobre o 8 de janeiro e tentou reescrever sua participação na tentativa de golpe que o mantém como réu no STF.

Em um discurso recheado de distorções, Bolsonaro disse que a invasão aos Três Poderes foi “orquestrada pela esquerda”, mesmo com provas robustas, como mensagens, vídeos e delações premiadas que apontam o envolvimento direto de seus aliados.

Ignorando o processo no qual responde por tentativa de subversão democrática, chamou o julgamento de “fumaça de golpe” e atacou o sistema de Justiça, sem citar nominalmente os ministros do Supremo.

Acompanhado de nomes como o governador Tarcísio de Freitas, Bolsonaro ironizou as acusações e ridicularizou as penas aplicadas aos extremistas presos. “Que golpe é esse, meu Deus do céu?”, disse, como se a ausência de armas fosse suficiente para descaracterizar o ataque que resultou na destruição da sede dos Três Poderes.

A estratégia de vitimização não é nova, mas a queda de apoio é evidente. Em fevereiro de 2023, 185 mil pessoas foram às ruas em um ato bolsonarista na mesma Paulista. Em abril, esse número caiu para 44,9 mil. Agora, pouco mais de 12 mil estiveram presentes, em um evento marcado mais por discurso inflamado do que por adesão popular.

Com tantas provas, ataques recorrentes à democracia e desrespeito sistemático ao STF, resta a pergunta que ecoa entre juristas e setores da sociedade: o que mais Bolsonaro precisa fazer para, enfim, ser preso?

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Last Update: 29/06/2025