Ruas de Paris alagadas. Foto: reprodução

Na noite de quarta-feira (25), Paris foi surpreendida por uma tempestade de rara intensidade. Em poucos minutos, raios, ventos fortes e chuvas torrenciais transformaram a paisagem ensolarada da capital francesa, deixando temperaturas que chegavam a 35°C em queda abrupta. O fenômeno não se limitou à região parisiense: 44 departamentos franceses foram colocados em alerta laranja devido às condições climáticas extremas.

Os transportes públicos sofreram graves interrupções. Várias estações de metrô, como Franklin D. Roosevelt, Victor Hugo e Porte de Versailles, ficaram alagadas, enquanto as linhas de RER B e D enfrentaram atrasos significativos. Ventos de até 112 km/h foram registrados próximo à Torre Eiffel, e rajadas de 87 km/h atingiram a estação Paris-Montsouris.

A Brigada de Bombeiros de Paris informou à AFP que realizou cerca de 40 intervenções para remover árvores e galhos caídos nas ruas.

Apesar de não haver vítimas na Île-de-France, um homem de 59 anos morreu na Mayenne ao colidir com uma árvore na estrada, e uma adolescente de 12 anos perdeu a vida perto de Montauban devido à queda de outra árvore. Além disso, mais de 110 mil residências ficaram sem energia elétrica.

Com as inundações recorrentes após tempestades intensas, a questão do planejamento urbano de Paris volta ao debate. A capital francesa, com 74% de seu território considerado impermeável devido ao excesso de concreto, enfrenta dificuldades para absorver grandes volumes de água. O objetivo da prefeitura é reduzir essa taxa para 60% até 2050, mas, enquanto isso, os transtornos persistem.

“Em caso de fortes chuvas, o sistema de esgotos pode saturar, e o excesso de água transborda para as ruas ou é despejado no Sena”, explica a Agência Parisiense do Clima (APC) em um relatório de 2024.

O problema é agravado pelo fato de Paris utilizar uma rede única para esgoto e águas pluviais, o que aumenta o risco de alagamentos durante tempestades.

Ludovic Faytre, especialista em riscos urbanos do Instituto Paris Region, relativiza a situação: “As intempéries observadas [em 25 de junho] não são inundações majores. […] É um transtorno, mas não afeta toda a cidade. Trata-se de um evento excepcional, difícil de gerenciar, mas que pode se tornar mais frequente devido às mudanças climáticas”.

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Last Update: 28/06/2025