No dia 28 de junho de 1720, Vila Rica, hoje Ouro Preto, em Minas Gerais, foi palco de um levante popular que marcou a história colonial brasileira, a Revolta de Vila Rica. Esse evento, uma das primeiras manifestações significativas contra o sistema colonial português, revelou a insatisfação crescente da população local com a exploração e a opressão impostas pela metrópole.
A revolta eclodiu em um cenário de intensa cobrança de impostos sobre a exploração do ouro e de rigorosa fiscalização por parte da Coroa Portuguesa, que buscava maximizar seus lucros à custa dos colonos. Os mineiros, proprietários de lavras e comerciantes, sentiam-se sufocados pela política fiscal portuguesa, em especial pela cobrança do quinto, imposto que exigia a entrega de 20% de todo o ouro extraído.
A insatisfação era agravada pela criação das Casas de Fundição, que obrigavam o ouro a ser quintado antes de circular, impedindo o comércio clandestino e aumentando o controle português. As medidas impostas pela Coroa geravam descontentamento generalizado e impulsionavam o sentimento de revolta entre os colonos.
O movimento foi liderado por Felipe dos Santos, um proprietário rural e comerciante, que se tornou a figura central da insurreição. Os revoltosos marcharam pelas ruas de Vila Rica, exigindo a extinção das Casas de Fundição e a redução dos impostos.
A resposta do governo colonial foi inicialmente de negociação, mas logo se transformou em repressão. As tropas portuguesas agiram com força, sufocando o movimento e prendendo seus líderes. Felipe dos Santos foi enforcado e esquartejado, e seus restos mortais expostos em praça pública, como um aviso exemplar aos que ousassem desafiar a autoridade da metrópole.
A Revolta de Vila Rica, apesar de sua derrota, é um marco na luta contra o domínio colonial. Ela demonstrou a insatisfação dos colonos frente à exploração portuguesa, prenunciando movimentos futuros que culminariam na independência do Brasil.