
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se manifestou nesta sexta-feira (27) sobre a polêmica envolvendo a contratação de dois maquiadores para seu gabinete na Câmara dos Deputados. Em entrevista ao UOL News, do Canal UOL, a parlamentar reconheceu ter sido “ingênua” por não prever que a escolha dos nomes poderia gerar controvérsias. Ela afirmou, no entanto, que não houve qualquer ilegalidade no processo.
“Talvez houvesse, sim, ingenuidade —a ingenuidade de alguém que não estava agindo fora da lei, que não estava cometendo nenhum tipo de crime. Quando não estamos fazendo nada ilegal, ou nada que possamos nos envergonhar no futuro, agimos com naturalidade”, declarou a psolista.
“Fui ingênua ao não tomar os cuidados necessários para evitar que narrativas fossem construídas. Estamos totalmente tranquilos e fazendo tudo correto. Mas a gente precisa tomar cuidado, porque, do lado de lá, a verdade não importa”.
De acordo com o site da Câmara, Índy Cunha Montiel da Rocha e Ronaldo César Camargo Hass ocupam os cargos de assessores parlamentares com salários de R$ 2.126,59 e R$ 9.678,22, respectivamente.
Não, meus amores, eu não contrato maquiador com verba de gabinete. Isso é simplesmente uma invenção.
O que eu tenho são dois secretários parlamentares que, todos os dias, estão comigo e me assessoram em comissões e audiências, ajudam a fazer relatórios, preparam meus briefings,…
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) June 24, 2025
Ambos têm histórico no setor da beleza, mas, segundo a deputada, atuam como integrantes do núcleo político do mandato, com funções comprovadas no desenvolvimento de políticas públicas, inclusive leis já aprovadas.
A oposição, liderada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), protocolou representações no Ministério Público Federal e no Conselho de Ética da Câmara, alegando uso indevido da estrutura pública. A parlamentar rebateu as acusações e criticou a origem da denúncia:
“Eles são pessoas LGBTs, da minha confiança. De maneira esporádica, os dois fizeram, sim, fora do nosso combinado de trabalho, maquiagem em mim. São excelentes maquiadores, mas são excelentes profissionais, inclusive um deles é formado em arquitetura e urbanismo. Ambos são bastante importantes na construção de algumas políticas públicas que nós já, inclusive, transformamos em leis”.
A psolista argumentou: “São profissionais que conheci no ambiente da beleza, no universo da maquiagem, mas são meus amigos e eu os trouxe para o meu gabinete para poderem ajudar nas diversas construções políticas. Não são contratados, não são trabalhadores para fazer maquiagem. Muito pelo contrário. Fazem parte do núcleo duro do meu mandato, com atribuições claras, com trabalho que pode ser comprovado”.
“Nada foi feito às escondidas, nada por debaixo do pano. Nada feito de maneira errada ou criminosa, tudo às claras”, reforçou Erika Hilton.
“Eu não entendo como que um tuíte de uma pessoa qualquer pode embasar, inclusive, notícias por setores da imprensa. Inclusive, um tuíte de uma pessoa que nós temos prova que flertava com um desses meus assessores, não foi correspondido e se sentiu autorizado a criar essa alegação de que eu havia contratado exclusivamente esses assessores para fazer maquiagem em mim”.