O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, convocou uma audiência pública para ouvir familiares de camponeses mortos e desaparecidos durante a repressão política no campo na ditadura militar (1964-1985). O debate ocorrerá no dia 1º de julho, às 10h.
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De acordo com o parlamentar, a maioria desses casos não foi reconhecida pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) nem pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o que teria impedido o acesso a direitos como memória, verdade, justiça e reparação.
“A audiência foi proposta justamente para repercutir no Parlamento esse movimento de reparação histórica, acolhendo e dando voz aos familiares de camponeses mortos e desaparecidos e atingidos pela repressão no campo durante a ditadura militar, até agora excluídos da Justiça de Transição”, afirmou Reimont.
Comissão Camponesa da Verdade
Em 2012, o I Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, realizado em Brasília, aprovou a criação da Comissão Camponesa da Verdade (CCV), que investigou violações e assessorou movimentos sociais na busca por justiça. A CCV também colaborou com a Comissão Nacional da Verdade, mas, segundo Reimont, pouco se avançou desde então.
“Nenhuma instância é mais apropriada para esse acolhimento do que a Comissão de Direitos Humanos, tanto para expressar solidariedade quanto para debater possíveis iniciativas para superação desta situação”, destacou o deputado.
Familiares continuam na luta
Recentemente, entre 9 e 11 de abril de 2025, familiares de vítimas se reuniram em Belém do Pará para cobrar justiça. Muitos ainda aguardam o reconhecimento do Estado e reparação pelos crimes cometidos durante o regime militar.
Serviço
Data: 1º de julho de 2025
Horário: 10h
Local: Plenário 9 da Câmara dos Deputados
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Lorena Vale