
O presidente Lula (PT) decidiu que vai telefonar para os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tentativa de retomar o diálogo e reorganizar sua base aliada no Congresso, conforme informações do blog do Valdo Cruz, do G1.
A iniciativa ocorre após a ação coordenada das elites econômicas e financeiras do país que, com o apoio de parlamentares no Congresso Nacional, derrubaram três decretos do presidente Lula relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo assessores, o petista optou por não fazer ligações logo após a derrota, na última quarta-feira (25), ao avaliar que o resultado era inevitável. Agora, pretende conversar primeiro com Alcolumbre e, depois, com Motta.
Aliados do presidente cobram uma atuação mais direta e dizem que ele precisa fazer mais do que isso, tem de entrar em campo para arrumar sua base aliada.
A base governista tem enfrentado forte resistência, e a votação na Câmara dos Deputados escancarou esse cenário. Foram 383 votos contra o decreto de Lula, 37 a mais que os 346 registrados na votação da urgência da pauta.
No Senado, a votação foi simbólica. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), chegou a cogitar pedir verificação de quórum, mas Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, decidiu não avançar, temendo um placar ainda mais desfavorável.
Governo quer acionar o STF para reverter derrota
A equipe presidencial estuda recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter o revés. Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a decisão de Hugo Motta teria sido um “jogo político” mirando as eleições de 2026.
Eles argumentam que a revogação dos decretos não tem base jurídica. Segundo essa avaliação, um decreto presidencial só pode ser derrubado pelo Congresso Nacional caso o Executivo extrapole suas funções constitucionais, o que não teria ocorrido no caso específico do aumento do IOF.
De acordo com auxiliares do presidente Lula, a derrubada do decreto do IOF vai impedir o governo de tocar importantes programas sociais que podem ajudar Lula em sua tentativa de reeleição no próximo ano.
Assim, a única alternativa viável, na visão do Palácio do Planalto, seria judicializar a questão e pedir que o STF reconheça a legalidade dos atos do presidente.
