Um trabalhador de 42 anos, Valcio da Silva Ferreira, morreu soterrado por uma carga de grãos de milho em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, na última terça-feira (24). O “acidente de trabalho” é mais um resultado do descaso criminoso dos patrões, especialmente no agronegócio, com a vida dos trabalhadores.

De acordo com a Polícia Civil, Valcio da Silva Ferreira fazia uma diária em uma propriedade rural do município quando o incidente fatal ocorreu. No local, ele limpava o sensor de uma máquina que armazena grãos. A carga de milho caiu sobre ele, sufocando-o.

O Corpo de Bombeiros, acionado para o resgate, encontrou Valcio com o corpo coberto pelos grãos até a altura da cabeça. Dois trabalhadores da fazenda tentaram resgatá-lo com a ajuda de um equipamento de sucção usado para remover os grãos do compartimento onde ele estava preso.

Os bombeiros desceram até o ponto do soterramento e resgataram o homem utilizando uma prancha rígida com sistema de amarração para retirá-lo com segurança da estrutura. No entanto, Valcio já estava sem sinais vitais. Os socorristas iniciaram manobras de reanimação cardiopulmonar e oxigenoterapia durante o trajeto até o Hospital Regional de Sorriso, mas não obtiveram sucesso. O caso foi registrado como morte acidental pela Polícia Civil, uma classificação que frequentemente esconde a real responsabilidade dos proprietários.

A morte de Valcio da Silva Ferreira é um claro exemplo de como a ganância dos patrões no agronegócio custa vidas. A falta de investimento em segurança no trabalho, a ausência de fiscalização adequada, feita por um sindicato forte e a pressão por produção a qualquer custo criam ambientes perigosos onde “acidentes” se tornam algo rotineiro. Trabalhadores rurais, muitas vezes em condições de alta periculosidade, são expostos a riscos elevados, enquanto os proprietários lucram com a exploração.

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Last Update: 26/06/2025