No momento em que o Irã impõe uma derrota militar ao regime sionista e forçou um cessar-fogo histórico, o Esquerda Diário, portal do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT), publica um artigo visando desmoralizar essa vitória, sabotando a solidariedade internacional com o Eixo da Resistência.

Segundo o Esquerda Diário, o fim dos bombardeios israelenses não foi o resultado da ação militar iraniana, mas de uma suposta imposição do imperialismo. Dizem:

“Trump impôs uma pausa na guerra, que vinha gerando divisões dentro de sua base.”

E concluem:

“Mostra-se um cessar-fogo frágil em uma situação em que nenhum dos dois lados conseguiu atingir objetivos estratégicos.”

A formulação é cristalina: para o Esquerda Diário, o Irã não venceu. Tudo se resumiria a uma manobra da política interna norte-americana. É a tese sionista com sotaque esquerdista.

Mas a realidade, como demonstrou o analista iraniano Abdullah Abdoulahi, é que:

“O que aconteceu não foi um acordo bilateral de cessar-fogo, mas uma declaração anunciando a derrota das operações militares israelenses contra o Irã.”

A ofensiva iraniana, com ataques diretos à base americana de Al-Udeid e aos territórios ocupados, desferiu o golpe decisivo. Não foi um gesto diplomático de Trump que selou o cessar-fogo — foi a força da resistência iraniana.

A argumentação do MRT se torna ainda mais ridícula quando diz que:

“É fundamental denunciar e repudiar a agressão contra o Irã por parte de Israel e do imperialismo norte-americano […] e defendê-lo contra os ataques — com total independência em relação ao regime dos aiatolás.”

Essa frase sintetiza a covardia da esquerda pequeno-burguesa: uma defesa envergonhada, puramente retórica, que busca mais preservar sua imagem perante a classe média do que apoiar de fato um povo sob ataque.

Como ironizou Abdoulahi:

“Tentam, com cálculos errados e às vezes com gestos revolucionários invertidos, fazer o Irã parecer derrotado na batalha e o lado oposto parecer vitorioso no campo.”

O Esquerda Diário quer defender o Irã, mas sem defender de fato. Quer apoiar a luta anti-imperialista, mas sem se comprometer com quem realmente luta. Essa posição não só é ridícula — é funcional ao inimigo.

O texto de Abdoulahi descreve com precisão cirúrgica o papel desempenhado por veículos como o Esquerda Diário:

“Tentam, com uma completa inversão da realidade, interpretar a imposição de derrota ao lado oposto como ‘paz imposta’ ao Irã.”

O Esquerda Diário diz exatamente isso, com outras palavras:

“Trump impôs o cessar-fogo.”

Ou seja: a vitória iraniana é convertida, no papel, em uma manobra do próprio agressor. O bombardeio sionista vira detalhe; o recuo norte-americano, uma ilusão. Tudo para negar que o Irã resistiu e venceu.

Essa linha política serve para um único fim: sabotar a frente única com os povos oprimidos. Ao reduzir o Irã a uma caricatura de “ditadura teocrática”, sem papel histórico na luta anti-imperialista, o Esquerda Diário mina a solidariedade concreta e se junta ao coro de propaganda imperialista.

O Irã venceu. A resistência avançou. O sionismo recuou. E a esquerda que não enxerga isso já escolheu seu lado — o lado da imprensa de guerra do imperialismo.

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Last Update: 26/06/2025