Enquantos os Estados Unidos voltam a torrar recursos bombardeando infraestrutura civil e destruindo vidas inocentes, arrastando a Europa e Canadá numa nova onda de gastos militares, a China continua a investir em tecnologia para fins pacíficos, robôs industriais, inteligência artificial e pesquisa científica.
China se prepara para grande salto em IA nos próximos meses
A economia chinesa está diante de uma nova onda de otimismo, impulsionada não só por previsões de crescimento do PIB revisadas para cima, mas também por uma revolução tecnológica centrada em inteligência artificial (IA). Grandes bancos internacionais, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, elevaram suas projeções para o crescimento do PIB chinês em 2025 para algo entre 4,5% e 4,8%, refletindo o impacto positivo das políticas de estímulo e avanços tecnológicos, mesmo em meio a desafios como tensões comerciais com os EUA e um mercado imobiliário ainda fragilizado.
O que está por trás desse otimismo?
O grande destaque é a expectativa de uma explosão de inovações em IA. Segundo Zhu Min, ex-vice-presidente do Banco Central da China e do FMI, o país deve ver mais de 100 avanços do tipo DeepSeek nos próximos 18 meses — um salto que promete transformar a economia chinesa de forma estrutural. DeepSeek, para quem não acompanhou, é uma família de modelos de IA generativa desenvolvida por startups chinesas que rivalizam com os melhores sistemas dos EUA, mas com custos e consumo de energia muito menores.
IA: de ficção científica à vida real
Mas afinal, o que é um “avanço do tipo DeepSeek”? São softwares de inteligência artificial capazes de compreender e gerar textos, imagens e até tomar decisões complexas, com aplicações que vão desde diagnósticos médicos até automação industrial e atendimento ao consumidor. O diferencial chinês está na velocidade de adoção e na capacidade de escalar essas soluções para milhões de usuários, graças ao seu enorme mercado interno e à mão de obra altamente qualificada em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Por que agora?
Esse salto não aconteceu do dia para a noite. Nos últimos anos, a China investiu pesado em infraestrutura tecnológica, formou milhares de engenheiros e criou políticas públicas para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento em IA. Mesmo com restrições dos EUA à exportação de chips avançados, as empresas chinesas se adaptaram, seja otimizando algoritmos para rodar em hardware menos potente, seja apostando em chips nacionais como os da Huawei.
Além disso, a cultura local de otimismo tecnológico e a rápida adaptação regulatória criaram um ambiente favorável para a inovação. Empresas como Alibaba, Tencent e Baidu, além de startups como a própria DeepSeek, estão na linha de frente dessa corrida, lançando modelos abertos e colaborando com universidades e centros de pesquisa.
Impacto financeiro e previsões econômicas
O setor de tecnologia, puxado pela IA, já responde por cerca de 15% do PIB chinês e pode ultrapassar 18% até 2026. O mercado de IA no país deve saltar de US\$ 34 bilhões em 2024 para quase US\$ 155 bilhões em 2030, com aplicações que vão de carros autônomos a diagnósticos médicos remotos. Analistas apontam que, nos próximos anos, a IA pode adicionar até 0,3 ponto percentual ao crescimento anual do PIB, compensando fatores como o envelhecimento da população e a desaceleração do setor imobiliário.
Desafios pela frente
Apesar do entusiasmo, o caminho não é livre de obstáculos. O ambiente internacional segue incerto, com tarifas americanas ainda elevadas e restrições ao acesso a tecnologias essenciais. Internamente, o consumo ainda patina, e o setor imobiliário continua sendo um ponto de atenção. Ainda assim, a aposta do governo é que a inovação em IA seja o motor capaz de sustentar o crescimento e garantir competitividade global.
Resumo: o que esperar?
Nos próximos meses, espere ver uma avalanche de notícias sobre novos produtos e serviços baseados em IA na China. O país está determinado a não só acompanhar, mas liderar a próxima onda tecnológica global — e, se as previsões se confirmarem, esse “grande salto” pode redefinir o papel da China na economia mundial.